Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Boa noite!

Quando recordares a tua vida passada, passada sem pena nem glória, considera quanto tempo perdeste, e como podes recuperá-lo: com penitência e com maior entrega.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 996)

Um ano que termina – já foi dito de mil modos, mais ou menos poéticos – com a graça e a misericórdia de Deus, é mais um passo que nos aproxima do Céu, nossa Pátria definitiva.

Ao pensar nesta realidade, compreendo perfeitamente aquela exclamação que S. Paulo escreve aos de Corinto: tempus breve est!, que breve é a nossa passagem pela terra! Para um cristão coerente, estas palavras soam, no mais íntimo do seu coração, como uma censura à falta de generosidade e como um convite constante a ser leal. Realmente é curto o nosso tempo para amar, para dar, para desagravar. Não é justo, portanto, que o malbaratemos, nem que atiremos irresponsavelmente este tesouro pela janela fora. Não podemos desperdiçar esta etapa do mundo que Deus confia a cada um de nós.

Pensemos na nossa vida com valentia. Por que é que às vezes não conseguimos os minutos de que precisamos para terminar amorosamente o trabalho que nos diz respeito e que é o meio da nossa santificação? Por que descuidamos as obrigações familiares? Por que é que se nos mete a precipitação no momento de rezar ou de assistir ao Santo Sacrifício da Missa? Por que nos faltará a serenidade e a calma para cumprir os deveres do nosso estado e nos entretemos sem qualquer pressa nos caprichos pessoais? Podeis responder-me: são coisas pequenas. Sim, com efeito, mas essas coisas pequenas são o azeite, o nosso azeite, que mantém viva a chama e acesa a luz.

(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 39–41)

Bento XVI encerrou ano com Vésperas e ‘Te Deum’ na Basílica de S. Pedro. Convite a viver fielmente a vocação recebida e a testemunhar a beleza da própria fé, apoiando-se na Palavra de Deus


Neste último dia do ano, o Papa Bento XVI presidiu na Basílica de S. Pedro a celebração das primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, seguida da exposição do Santíssimo Sacramento, do canto do Te Deum de agradecimento na conclusão do ano civil, e da bênção eucarística.
Na homilia o Papa recordou que a Igreja de Roma está empenhada na ajuda a todos os baptizados a viverem fielmente a vocação que receberam e a testemunhar a beleza da própria fé.

Para sermos discípulos autênticos de Cristo - disse depois Bento XVI, uma ajuda essencial chega-nos da meditação quotidiana da Palavra de Deus que como escreveu na recente Exortação apostólica Verbum Domini está na base da autentica espiritualidade cristã. Foi por isso que o Papa quis uma vez mais encorajar a cultivar uma relação intensa com Ela, em particular através da lectio divina para ter aquela luz necessária para discernir os sinais de Deus no tempo presente e proclamar eficazmente o Evangelho.

Bento XVI salientou que o lugar privilegiado da escuta da Palavra de Deus é a celebração da Eucaristia. E recordou que o convénio diocesano de Junho passado no qual participou quis evidenciar a centralidade da Santa Missa dominical na vida de cada comunidade cristã e deu indicações para que a beleza dos mistérios divinos possam resplandecer mais e melhor no acto celebrativo e nos frutos espirituais que deles derivam

(Fonte: site Rádio Vaticano)

Improvisation on "Wachet auf, ruft uns die Stimme", Jacques Loussier Trio / Bobby McFerrin

Boa Tarde!

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Dia Mundial da Paz: erradicação do religioso da esfera pública pode ser interpretada como violência

O teólogo português João Duque considera que “a erradicação do religioso da esfera pública pode ser interpretada como uma violência” que não respeita as opções pessoais dos membros de uma sociedade.

A respeito da mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz de 2011, sobre a liberdade religiosa, que se celebra neste dia 1 de Janeiro, Duque considera ser “absolutamente ilegítimo que cristãos sejam interditos de fazer a sua opção crente específica e de a acompanhar de práticas correspondentes”, indica.

O professor de Teologia da UCP considera que, em relação ao respeito pela liberdade religiosa, a Igreja Católica fez “um caminho que agora se torna claro e que já não pode recuar quanto a essa clareza”.

«Liberdade Religiosa, caminho para a paz» é o tema da 44ª Jornada Mundial da Paz, 1 de 1 de Janeiro de 2011.

João Duque, secretário da Comissão Episcopal para a Doutrina da Fé e Ecumenismo, cita a mensagem papal, na qual Bento XVI escreve que “o direito à liberdade religiosa está radicado na própria dignidade da pessoa humana, cuja natureza transcendente não deve ser ignorada ou negligenciada”.

Para este responsável, “não haverá paz verdadeira sem o respeito por esta liberdade fundamental”, que pode ser violada “através da proibição explícita de opções religiosas contrárias às dominantes socialmente” ou de “uma «expulsão» aberta ou subtil da dimensão religiosa de toda a vida pública das sociedades”.

Maria da Garcia, professora da Faculdade de Direito da UCP, escreve por seu lado que a liberdade religiosa é um “bem público”.

Para esta especialista, é necessário “dizer que a liberdade religiosa é um bem ou valor universal, enquanto dele participam todos os homens”, tal como “dizer que a liberdade religiosa é um bem ou valor público, enquanto sobre ele se edificam as diferentes comunidades humanas”.

“Uma evidência se torna também o reconhecimento da necessidade de conferir um especial estatuto de garantia à liberdade religiosa, já que esta liberdade é, na sua essência, a afirmação da própria dignidade humana, o fundamento primeiro das demais liberdades”, acrescenta.

(Fonte: site Rádio Vaticano)

Aproveitar a crise

Sabem qual é o nosso problema? É que não gostamos de sacrifícios. Achamos que a vida só é boa quando não há contrariedades, quando nos distraímos, quando rimos com os amigos ou fazemos aquilo que nos apetece. Mas que grande ilusão!...

Bem sabemos que não é assim, que não existe esperança, nem beleza, nem bondade, nem justiça, nem amor, nem relações verdadeiras sem sacrifício.

Assim, a terminar este ano, desejo, a todos, um óptimo 2011 sem ilusões. Um ano cheio de vida verdadeira, leal, fecunda, sincera. E, portanto, com sacrifícios. Por isso, provavelmente, a crise vai fazer-nos bem, porque terá o mérito de nos reconduzir às coisas verdadeiramente importantes da vida.

Se assim for, podemos vir a ser melhores pessoas e, até mesmo, finalmente, vir a mudar Portugal.

Aura Miguel

Nota de JPR: Muito obrigado Aura por mais esta lição de lucidez cristã, que o Senhor a abençoe hoje e sempre.

ANO VELHO 2010, ANO NOVO 2011

Estar sempre preparados para esperar o Senhor (JPR)
Aproxima-se o fim do ano de 2010 e como tal o começo do novo ano de 2011.

Muitos aproveitam estes tempos de final e recomeço de ano para passarem mensagens “apocalípticas” de cenários de “fim do mundo”, de desgraças eminentes, de castigos e vinganças “divinas”, como se houvesse na nossa vida, na vida do mundo, uma hora marcada para tal acontecer.

O que sabemos sobre isso é tão pouco, que se resume praticamente a isto:
«Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe: nem os anjos do Céu nem o Filho; só o Pai.» Mt 24, 36

Importante sim é estar preparado, porque esse dia e essa hora, para cada um de nós, pode ser em qualquer momento, seja fim de ano, ou não.

E isso leva-nos a outra reflexão, que é o colocarmo-nos perante as promessas que tantas vezes fazemos a nós próprios, (e às vezes até a Deus), de tantas mudanças que nos propomos fazer no ano que está a chegar.

Mas se vamos fazer mudanças na nossa vida, é porque alguma coisa está mal!
Então porquê esperar para mudar o que está mal? Porque não começar já, aqui e agora essa mudança?

Porque se alguma coisa está mal na nossa vida e não a mudarmos já, podemos “ser apanhados” desprevenidos antes do tal começo do novo ano, e partirmos deste mundo agarrados à “coisa má” e não à “coisa boa”!

A mudança que eu preciso fazer na minha vida, e que julgo todos temos de fazer, é amarmos e confiarmos cada vez mais em Deus, e dispormo-nos a fazer mais a Sua vontade do que a nossa, colaborando com a nossa entrega em família, no trabalho, no lazer, na construção de um mundo melhor, mais fraterno, mais de Deus, com Deus e para Deus, num permanente testemunho de vivência da fé cristã católica.

E para isso, é só preciso fazermos de nós próprios “barro mole”, pronto a ser moldado pelas mãos de Deus, porque é Ele mesmo que nos diz, precisamente no Livro do Apocalipse:
«Eu renovo todas as coisas.» Ap 21,5

Um bom Ano Novo para todos, cheio das bençãos de Deus.

Marinha Grande, 31 de Dezembro de 2010

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.com/2010/12/ano-velho-2010-ano-novo-2011.html

Bom Dia!

Um olhar sobre a vida humana


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S. Josemaría Escrivá nesta data em 1973

No último dia do ano de 1973, diz: “Hoje daremos graças ao Senhor, pelos benefícios que recebemos no ano que termina. Para o que começa, vendo como estão as coisas deste mundo em que vivemos e o modo de proceder de tanta gente, queremos ter a rectidão de intenção de sermos humildes, de voltarmos sempre à verdade e de nos agarrarmos com mais força a Nosso Senhor. Pedir-me-eis talvez outras palavrinhas para este ano que vem, e eu desejaria antes que nos decidíssemos a servir de verdade, completamente. Então, dir-vos-ei, concretizando: servite Domino in laetitia! (“servi ao Senhor com alegria!”); e também: gaudete in Domino semper! (“alegrai-vos sempre no Senhor!”).

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

A fé enquanto comunicação

«O acto de fé é um acto profundamente pessoal, ancorado na mais íntima profundeza do ser humano. Mas, precisamente porque é inteiramente pessoal, é também um acto de comunicação. Na sua essência mais profunda, o eu relaciona-se com o tu e vice-versa, a relação real, que se torna “comunhão”, só pode nascer na profundeza da pessoa.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Mozart - Dixit Dominus, KV 193

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

São Máximo de Turim (?-c. 420), bispo
Sermão 10, sobre o Natal do Senhor, PL 57, 24 (a partir da trad. Année en fêtes, Migne 2000, p. 78 rev.)

«Nascido do Pai antes de todos os séculos [...] fez-Se homem [...] e nasceu da Virgem Maria (Credo)

O Evangelho do dia 31 de Dezembro de 2010

São João 1,1-18

1 No princípio existia o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.2 Estava no princípio com Deus.3 Todas as coisas foram feitas por Ele; e sem Ele nada foi feito.4 N'Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens,5 e a luz resplandeceu nas trevas, mas as trevas não O receberam. 6 Apareceu um homem enviado por Deus que se chamava João.7 Veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.8 Não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.9 O Verbo era a luz verdadeira, que vindo a este mundo ilumina todo o homem.10 Estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, mas o mundo não O conheceu.11 Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam.12 Mas a todos os que O receberam, àqueles que crêem no Seu nome, deu poder de se tornarem filhos de Deus;13 eles que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. 14 E o Verbo fez-Se carne, e habitou entre nós; e nós vimos a Sua glória, glória como de Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.15 João dá testemunho d'Ele e clama: «Este era Aquele de Quem eu disse: O que há-de vir depois de mim é mais do que eu, porque existia antes de mim».16 Todos nós participamos da Sua plenitude, e recebemos graça sobre graça;17 porque a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade foram trazidas por Jesus Cristo.18 Ninguém jamais viu a Deus; o Unigénito de Deus, que está no seio do Pai, Ele mesmo é que O deu a conhecer.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Boa noite!

Admira a bondade do nosso Pai Deus: não te enche de alegria a certeza de que o teu lar, a tua família, o teu país, que amas com loucura, são matéria de santidade?

(São Josemaría Escrivá - Forja, 689)


Comove-me que o Apóstolo qualifique o matrimónio cristão como "sacramentum magnum", sacramento grande. Também daqui deduzo que o trabalho dos pais de família é importantíssimo.

– Participais do poder criador de Deus e, por isso, o amor humano é santo, nobre e bom: uma alegria do coração, à qual Nosso Senhor, na sua providência amorosa, quer que outros livremente renunciemos.

Cada filho que Deus vos concede é uma grande bênção divina: não tenhais medo aos filhos!

(São Josemaría Escrivá - Forja, 691)


Nas minhas conversas com tantos casais, insisto em que, enquanto eles viverem e os filhos também viverem, devem ajudá-los a ser santos, sabendo que na terra ninguém será santo. Não faremos mais que lutar, lutar e lutar.

E acrescento: – Vós, mães e pais cristãos, sois um grande motor espiritual, que manda aos vossos filhos fortaleza de Deus para essa luta, para vencer, para que sejam santos. Não os defraudeis!

(São Josemaría Escrivá - Forja, 692)


Não tenhas medo de querer bem às almas, por Ele; e não te importes de amar ainda mais aos teus, sempre que, querendo-lhes muito, o ames a Ele milhões de vezes mais.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 693)


Pela tua intimidade com Cristo, estás obrigado a dar fruto: Fruto que sacie a fome das almas, quando se aproximarem de ti, no trabalho, no convívio, no ambiente familiar...

(São Josemaría Escrivá - Forja, 981)

Súplica

Querido Jesus ainda nem há uma semana nascestes e já Te estou a pedinchar, mas como sabes estou precisado da Tua ajuda, para ultrapassar os problemas que me assolam.

Problemas? Com que direito Te falo de problemas, quando há milhões e milhões de seres humanos em grande sofrimento e eu comparativamente estou bem.

Bem! Está certo, há um certo exagero, bem, bem não estarei, senão não Te estaria a pedir ajuda ou então estarei já tontinho de todo.

Olha, deixo ao Teu infinitamente misericordioso critério e julgamento as razões da minha prece.

Deves andar muitíssimo ocupado com tanta miséria, no seu sentido mais lato da palavra, que grassa neste mundo, pelo que se puderes por intercessão de Nossa Senhora, do meu Anjo da Guarda e dos Santos da minha devoção, se de tal me achares credor, ajuda-me por favor.

Amo-te muito, todo o bem que tenho recebido ao longo da vida, mesmo quando vindo de terceiros, veio de Ti e só tenho pena de ainda não poder dizer como Paulo «Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim» (Gal 2,20) ainda sou demasiado frágil e de um barro de finíssima espessura.

(JPR)

Yo-Yo Ma - The Swan by Saint-Saens

Boa Tarde!

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Papa aprova leis contra lavagem de dinheiro e fraudes financeiras no Vaticano: mau uso da economia e do mercado pode ameaçar a paz global



Bento XVI aprovou esta quinta feira quatro novas leis para prevenir e combater actividades ilegais no campo financeiro e monetário no Estado da Cidade do Vaticano e nas instituições da Santa Sé.

No documento (Motu Proprio), o Papa cria uma “Autoridade de Informação Financeira”, para garantir maior transparência nas finanças da Santa Sé (órgão de governo da Igreja Católica) e combater o crime económico.

“Muito oportunamente, a comunidade internacional dota-se cada vez mais de princípios e instrumentos jurídicos que permitam prevenir e combater o fenómeno da lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo”, assinala o Papa.

Nesse sentido, acrescenta, “a Santa Sé aprova esse compromisso e entende assumir essas regras na utilização dos recursos materiais que servem para o cumprimento da sua própria missão e das obrigações do Estado da Cidade do Vaticano”.

A nova legislação resulta de uma Convenção Monetária com a União Europeia, assinada em Dezembro em 2009, segundo o qual a Santa Sé teria de adoptar, até 31 de Dezembro 2010, as medidas necessárias para aplicar as regras comunitárias sobre a prevenção e combate ao branqueamento de capitais oriundos de actividades criminosas e do financiamento do terrorismo.

Na sua carta, Bento XVI assinala ainda que a “paz está ameaçada”, numa sociedade cada vez mais globalizada, também pelo “uso impróprio do mercado e da economia”.

O Papa condena a “violência terrível e destruidora que o terrorismo perpetra, causando morte, sofrimentos, ódio e instabilidade social”.

A primeira das novas leis diz respeito à “prevenção e combate da lavagem de dinheiro proveniente de actividades criminosas e do financiamento do terrorismo”.

As outras leis visam as “fraudes e contrafacção de notas e moedas de euro”, bem como a “substituição e retirada” das notas e os “valores unitários e especificações técnicas” para as moedas de euros destinadas à circulação.

No caso da lavagem de dinheiro, estão previstas sanções penais e multas para actividades criminosas e promove-se a "cooperação internacional".

Em comunicado, a Secretaria de Estado do Vaticano assegura que as normas vão assegurar uma “verificação adequada” das movimentações financeiras e um registo dos dados, relatando “transacções suspeitas”.

As posições do Papa e da Santa Sé são conhecidas poucas semanas depois de os tribunais italianos terem ordenado o “sequestro” de 23 milhões de Euros do Instituto para as Obras Religiosas (IOR), instituição bancária do Vaticano, considerando que o mesmo teria omitido a identificação dos beneficiários e a razão para as movimentações de capital.

O comunicado oficial assegura que as novas leis se aplicam ao IOR, confirmando uma “firme intenção de operar de acordo com os princípios e critérios que são internacionalmente reconhecidos”.

A Secretaria de Estado do Vaticano acrescenta que a “Autoridade de Informação Financeira, agora instituída, é uma instância autónoma que verificará “cada sujeito, legal e físico, entidade e instituição de qualquer natureza” do Estado, da Cúria Romana e das instituições e entidades dependentes da Santa Sé.

A legislação sobre lavagem de dinheiro entra em vigor no dia 1 de Abril de 2011 e abre as portas para a entrada do Vaticano na chamada “lista branca” da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Grupo de Acção Financeira Internacional (GA, que inclui os Estados que respeitam as normas contra branqueamento de capitais.

(Fonte: site Rádio Vaticano)

Leia o ‘Motu próprio’ em italiano na página seguinte.

Bom Dia!

Um olhar sobre a vida humana


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S. Josemaría Escrivá nesta data em 1933



“Todos os pecados da tua vida parecem ter-se posto de pé. – Não desanimes. – Pelo contrário, chama por tua Mãe, Santa Maria, com fé e abandono de criança. Ela trará o sossego à tua alma”, anota hoje.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

UM MILAGRE QUE DEVO A S. JOSEMARIA (Joana desculpe, mas eu vejo dois milagres separados por 12 anos. Bom Ano para toda a família!)

Joana Bouça é mãe de 2 filhos e supranumerária do Opus Dei. Neste artigo, fala como S. Josemaría a ajudou após um acidente aparatoso que sofreu há 12 anos atrás.

Há 12 anos atrás fui monitora das actividades de férias de um clube juvenil da Obra. No dia em que fomos fazer vela algo aconteceu que mudou a minha vida para sempre. No final da actividade íamos tirar uma fotografia viradas para a marina quando o varão de protecção cedeu e eu caí de uma altura aproximada de 6m batendo com as costas no pontão de madeira.

Após 3 cirurgias conseguiram estabilizar a coluna e passado uns tempos voltei a andar. Nos dias a seguir ao acidente costumavam entrar médicos desconhecidos no meu quarto e a conversa era sempre a mesma Quem é o teu Santo? São Josemaría Escrivá dizia eu. Então tens muito que lhe agradecer por conseguires mover as pernas depois de uma queda destas! No dia em que caí antes de sair do clube para irmos fazer vela rezei uma pagela a São Josemaría para que tudo corresse bem…e correu!

Recentemente fui mãe pela segunda vez. Devido ao acidente que contei tenho a coluna fibrosada o que se traduziu no primeiro parto num efeito reduzido da anestesia epidural.

Desta vez o trabalho de parto desenvolveu-se tão rapidamente que não deu tempo de administrar a epidural o que significa que até dessa pequena ajuda fui privada. No período expulsivo o bebé não saía porque embatia na sínfise púbica e depois de puxar inúmeras vezes sem anestesia como referi comecei a pedir a São Josemaría que o fizesse nascer por parto normal até à 1h da manhã pois estava a ficar exausta. Estive quase para ir para cesariana mas à 1h2min o Joãozinho nasceu!

Nos dias seguintes tive mais uns sustos pois pensava-se que o bebé teria que ficar internado uma semana para fazer antibioterapia e fototerapia. Mais uma vez recorri a São Josemaría e não foi preciso nenhum dos dois tratamentos pelo que fomos para casa ao fim de dois dias!

Joana Bouça, Porto

(Fonte: opusdei.pt)

Ser testemunha viva

«Nisto se demonstra a grande responsabilidade dos cristãos de hoje. Eles deviam ser pontos de referência da fé, enquanto pessoas que sabem de Deus, e demonstrar, com as suas vidas, a fé como verdade para assim se tornarem marcos para os outros.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Mozart - Alma dei creatoris, KV 277

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
2ª homilia sobre o Cântico dos Cânticos, §8 (a partir da trad. Seuil 1953, p. 98)

Pôs-se a louvar a Deus e a falar do Menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.

O Evangelho do dia 30 de Dezembro de 2010

São Lucas 2,36-40

36 Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada. Tinha vivido sete anos com o seu marido, após o seu tempo de donzela,37 e tinha permanecido viúva até aos oitenta e quatro anos, e não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia com jejuns e orações.38 Ela também, vindo nesta mesma ocasião, louvava a Deus e falava de Jesus a todos os de Jerusalém que esperavam a redenção.39 Depois que cumpriram tudo, segundo o que mandava a Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.40 O Menino crescia e fortificava-Se, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Boa noite!

Humildade de Jesus: em Belém, em Nazaré, no Calvário... Porém, mais humilhação e mais aniquilamento na Hóstia Santíssima; mais que no estábulo, e que em Nazaré, e que na Cruz. Por isso, que obrigação tenho de amar a Missa! (A "nossa" Missa, Jesus...)

(São Josemaría Escrivá - Caminho, 533)

Meus filhos, pasmai agradecidos ante este mistério e aprendei: todo o poder, toda a formosura, toda a majestade, toda a harmonia infinita de Deus, com as suas grandes e incomensuráveis riquezas – todo um Deus – ficou escondido na Humanidade de Cristo para nos servir. O Omnipotente apresenta-se decidido a ocultar por algum tempo a sua glória, para facilitar o encontro redentor com as suas criaturas.

Escreve o evangelista S. João: ninguém jamais viu Deus; o Filho Unigénito que está no seio do Pai é que o deu a conhecer, comparecendo ante o olhar atónito dos homens: primeiro, como um recém-nascido, em Belém; depois, como um menino igual aos outros; mais tarde, no Templo, como um adolescente, inteligente e vivo; e, por fim, com aquela figura amável e atraente do Mestre que movia os corações das multidões que o acompanhavam entusiasmadas.

(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 111)

Bento XVI - "A Caridade é a força quer muda o mundo" (Vídeos em espanhol e inglês)

Na última audiência de 2010, Bento XVI convida a redescobrir a «obediência a Deus»

Na ultima audiência geral de 2010 no Vaticano, Bento XVI convidou nesta quarta feira os cristãos a deixarem-se “guiar sempre por Deus”

Numa catequese dedicada á santa italiana Catarina de Bolonha (1413-1463), o Papa disse que os fiéis são chamados a “cumprir todos os dias” a vontade de Deus, “mesmo se, muitas vezes, não corresponde aos nossos projectos”.

“Nesta perspectiva, santa Catarina convida-nos a redescobrir o valor da virtude da obediência”, afirmou.

Santa Catarina de Bolonha foi canonizada pelo Papa Clemente XI, em 1712.

Estas as palavras de Bento XVI falando em português:

Queridos irmãos e irmãs,
O século XV conheceu uma mulher de vasta cultura, mas muito humilde: Santa Catarina de Bolonha, cidade onde nasceu e onde voltou na fase final da vida, para fundar um mosteiro da sua Família Religiosa, inspirada na regra de Santa Clara de Assis. Catarina deixou-nos um belo programa de vida espiritual, na sua obra As Sete Armas Espirituais, que são: procurar solicitamente cumprir o bem; acreditar que, sozinhos, não poderemos jamais fazer algo de verdadeiramente bom; confiar em Deus e, por amor d’Ele, nunca temer a batalha contra o mal, tanto fora como dentro de nós mesmos; meditar muitas vezes nos factos e nas palavras da vida de Jesus, sobretudo na sua paixão e morte; recordar-nos que temos de morrer; manter viva na mente a lembrança dos bens do Paraíso; ter familiaridade com a Sagrada Escritura, trazendo-a sempre no coração, para que oriente todos os nossos pensamentos e acções.
* * *
Amados peregrinos de língua portuguesa, que viestes junto do túmulo de São Pedro renovar a vossa profissão de fé: a minha saudação de boas vindas para todos vós, em particular para o grupo de Escuteiros de Penedono, desejando-vos abundantes dons de graça e paz do Deus Menino, que imploro para vós e vossas famílias com a minha Bênção Apostólica.


(Fonte: site Rádio Vaticano)

Bom Dia!

Um olhar sobre a vida humana


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S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

Hoje acontece pela rua, algo que dará origem ao ponto n. 2 de Caminho. Anota-o no dia seguinte: “Na rua de Santa Engrácia, quando ia a casa de Romeo, lendo o cap. segundo de São Lucas, que era o que me correspondia ler, encontrei um grupo de operários. Ainda que eu fosse embrenhado na minha leitura, ouvi que diziam em voz alta algo, sem dúvida perguntando o que iria a ler o padre. E um daqueles homens respondeu também em voz alta: “a vida de Jesus Cristo”. Como os meus evangelhos são um livro pequeno, que trago sempre no bolso, e as capas estão forradas com pano, aquele operário acertou na sua resposta, mais que por casualidade, por providência. E pensei e penso que oxalá fossem tais as minhas atitudes e as minhas palavras que todos pudessem dizer ao ver-me ou ao ouvir-me falar: este lê a vida de Jesus Cristo.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Por que sou Católico?



Perdoem-me uma breve nota de amor, que me atrevo de apelidar filial, mas além dos Santos mostrados no vídeo, São Josemaría Escrivá de Balaguer teve e tem um grande relevo na história recente da nossa amada Igreja.

Obrigado!

(JPR)

A UNESCO em Paris receberá o primeiro encontro Fundação Pátio dos Gentios inspirada numa sugestão de Bento XVI (vídeos em espanhol e inglês)

Onde Deus chora - Haiti (locução em português)

O verdadeiro crente

«Um crente que se deixa formar e conduzir na fé da Igreja deveria ser, com todas as suas fraquezas e todas as suas dificuldades, uma janela para a luz de Deus vivo, e se verdadeiramente o crê também o é de facto. Contra as forças que sufocam a verdade, contra este muro de preconceitos que em nós bloqueia o olhar para Deus, o crente deveria ser uma força antagonista.»

(Olhar para Cristo – Joseph Ratzinger)

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Santo Inácio de Antioquia (?-c. 110), bispo e mártir
Carta aos Romanos, 5-7 (a partir da trad. Quéré, Les Pères apostoliques, Seuil 1980, p. 136)

«Agora, Senhor, segundo a Tua palavra, deixarás ir em paz o Teu servo»

O Evangelho do dia 29 de Dezembro de 2010

São Lucas 2,22-35

22 Depois que se completaram os dias da purificação de Maria, segundo a Lei de Moisés, levaram-n'O a Jerusalém para O apresentar ao Senhor23 segundo o que está escrito na Lei do Senhor: “Todo o varão primogénito será consagrado ao Senhor”,24 e para oferecerem em sacrifício, conforme o que também está escrito na Lei do Senhor: “Um par de rolas ou dois pombinhos”.25 Havia então em Jerusalém um homem chamado Simeão. Este homem era justo e piedoso; esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava nele.26 Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não veria a morte sem ver primeiro o Cristo do Senhor.27 Foi ao templo conduzido pelo Espírito. E, levando os pais o Menino Jesus, para cumprirem as prescrições usuais da Lei a Seu respeito,28 ele tomou-O nos braços e louvou a Deus, dizendo:29 «Agora, Senhor, podes deixar o teu servo partir em paz segundo a Tua palavra;30 porque os meus olhos viram a Tua salvação,31 que preparaste em favor de todos os povos;32 luz para iluminar as nações, e glória de Israel, Teu povo».33 O Seu pai e a Sua mãe estavam admirados das coisas que d'Ele se diziam.34 Simeão abençoou-os e disse a Maria, Sua mãe: «Eis que este Menino está posto para ruína e ressurreição de muitos em Israel e para ser sinal de contradição.35 E uma espada trespassará a tua alma. Assim se descobrirão os pensamentos escondidos nos corações de muitos».

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Boa noite!

Diante de Deus, que é Eterno, tu és uma criança mais pequena do que, diante de ti, um miúdo de dois anos. E, além de criança, és filho de Deus. – Não o esqueças.

(São Josemaría Escrivá - Caminho, 860)

Se reparardes bem, é muito diferente a queda de uma criança e a queda de uma pessoa crescida. Para as crianças, uma queda, em geral, não tem importância; tropeçam com tanta frequência! E se começam a chorar, o pai lembra-lhes: os homens não choram. Assim se encerra o incidente com o empenho do miúdo por contentar o seu pai.

(…) Se procurarmos portar-nos como eles, os tropeções e os fracassos – aliás inevitáveis – na vida interior, nunca se transformarão em amargura. Reagiremos com dor, mas sem desânimo, e com um sorriso que brota, como a água límpida, da alegria da nossa condição de filhos desse Amor, dessa grandeza, dessa sabedoria infinita, dessa misericórdia, que é o nosso Pai. Aprendi durante os meus anos de serviço ao Senhor a ser filho pequeno de Deus. E isto vos peço: que sejais quasi modo geniti infantes, meninos que desejam a palavra de Deus, o pão de Deus, o alimento de Deus, a fortaleza de Deus para se comportarem de agora em diante, como homens cristãos.

(São Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 146)

Cântico Grego Ortodoxo

As 10 notícias do ano do Vaticano segundo a ‘Rome Reports’ (vídeos em espanhol e inglês)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

Escreve, absorto em oração: “Ó Jesus – dir-lhe-ei – quero ser uma fogueira de loucura de Amor! Quero que a minha simples presença seja bastante para incendiar o mundo, em muitos quilómetros em redor, com um incêndio inextinguível. Quero saber que sou teu. Depois, venha a Cruz : nunca terei medo da expiação... Sofrer e amar. Amar e sofrer. Magnífico caminho! Sofrer, amar e acreditar: fé e amor. Fé de Pedro. Amor de João. Zelo de Paulo”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

A importância da maternidade em geral e a de Maria enquanto Mãe de Jesus

«: … o ser humano em devir (de novo ao contrário do animal) depende tão profundamente do seu “estar-com” outros seres humanos que só através desse próximo, normalmente a mãe, desperta para a sua auto-consciência. No sorriso desvela-se-lhe o facto de haver um mundo em que ele é recebido, em que é bem-vindo, e, nesta experiência primordial, pela primeira vez, toma consciência de si próprio. Este acontecimento fundamente de toda a existência humana, cujo alcance só no nosso tempo passou a ser apreciado como merece, acompanha as restantes funções do crescimento e da educação: a alimentação e o cuidado da criança, a sua introdução no mundo e respectiva tradição histórica. Muito antes da aprendizagem da fala se desenvolve um diálogo sem palavras entre mãe e filho na base do “estar-com-os-outros” (Mitsein) constitutivo para cada ser humano consciente.

Isto diz, pois, que também Jesus deve principalmente a sua mãe a sua autoconsciência humana, se não quisermos admitir que, como criança prodígio sobrenatural, ele não devesse essa consciência a ninguém. Mas isso seria pôr em causa a sua humanidade verdadeira»

(Hans Urs von Balthasar in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)


Desculpem-me o atrevimento, mas releiam o trecho de Mons. Von Balthasar e reparem como as palavras aparentemente mais simples, são de uma profundidade que nos convidam à reflexão mais aprofundada e daí a um maior amor, neste caso à nossa Mãe a Virgem Santíssima e chegando através dela a Jesus Cristo Nosso Senhor.

(JPR)

Escolha...

O Deuteronómio dá-nos uma resposta muita simples: ‘escolhe a vida’ significa ‘escolhe Deus’. Pois Ele é a vida. «Se tu …. Amares o teu Deus, andares nos Seus caminhos e guardares os Seus mandamentos, então terás a vida». (Dt 30,16). Escolha a vida – escolhe Deus!

(A Caminho de Jesus Cristo – Joseph Ratzinger)

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Eusébio Galicano (século V), monge, depois bispo
Sermão 219; PL 39, 2150 (a partir da trad. Solesmes, Lectionnaire, t. 1, p. 1097 rev.)

«Onde está o Rei dos judeus, que acaba de nascer?» (Mt 2, 2)

O Evangelho do dia 28 de Dezembro de 2010

São Mateus 2,13-18

13 Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e lhe disse: «Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, foge para o Egipto, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para O matar».14 ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e Sua mãe, e retirou-se para o Egipto. 15 Lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta: “Do Egipto chamei o Meu filho”. 16 Então Herodes, percebendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo, e mandou matar, em Belém e em todos os seus arredores, todos os meninos de idade de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos. 17 Cumpriu-se então o que estava anunciado pelo profeta Jeremias: 18 “Uma voz se ouviu em Ramá, pranto e grande lamentação; Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem”.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Boa noite!

Repara bem: há muitos homens e mulheres no mundo, e nem a um só deles o Mestre deixa de chamar. Chama-os a uma vida cristã, a uma vida de santidade, a uma vida de eleição, a uma vida eterna.

(São Josemaría Escrivá - Forja, 13)

Permiti-me que volte de novo à naturalidade, à simplicidade da vida de Jesus, que já vos tenho feito considerar tantas vezes. Esses anos ocultos do Senhor não são coisa sem significado, nem uma simples preparação dos anos que viriam depois, os da sua vida púbica. Desde 1928 compreendi claramente que Deus deseja que os cristãos tomem exemplo de toda a vida do Senhor. Entendi especialmente a sua vida escondida, a sua vida de trabalho corrente no meio dos homens: o Senhor quer que muitas almas encontrem o seu caminho nos anos de vida calada e sem brilho. Obedecer à vontade de Deus, portanto, é sempre sair do nosso egoísmo; mas não tem por que se traduzir no afastamento das circunstâncias ordinárias da vida dos homens, iguais a nós pelo seu estado, pela sua profissão, pela sua situação na sociedade.

Sonho – e o sonho já se tornou realidade – com multidões de filhos de Deus santificando-se na sua vida de cidadãos correntes, compartilhando ideais, anseios e esforços com as outras pessoas. Preciso de lhes gritar esta verdade divina: se permaneceis no meio do mundo, não é porque Deus se tenha esquecido de vós; não é porque o Senhor vos não tenha chamado; convidou-vos a permanecer nas actividades e nas ansiedades da Terra, porque vos fez saber que a vossa vocação humana, a vossa profissão, as vossas qualidades não só não são alheias aos seus desígnios divinos, mas que Ele as santificou como oferenda gratíssima ao Pai!

(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 20)

Barbara Bonney "Fulget amica dies" "Tu Virginum Corona" K 165 W. A. Mozart

Boa Tarde!

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Natal. É Deus que nos Pede Esmola – Mons. Hugo de Azevedo

Quando me propuseram falar novamente do Natal nesta série de conferências mensais, o primeiro título que me ocorreu foi este - «É Deus que nos pede esmola». Porque me veio à mente esta frase? Suponho que foi porque neste Natal há tanta gente que tem de recorrer à esmola e tanta gente que procura generosamente atender a essa dolorosa necessidade dos outros! Vi Nosso Senhor a pedir esmola também e a agradecer a esmola que Lhe dermos, a Ele directamente e a todos os que passam fome e com quem Ele Se identifica: «Porque tive fome e me destes de comer, sede e me destes de beber, estava nu e me vestistes…», enfim, porque «tudo o que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes…» (Mt 25, 35 e 40)

É um grande mistério, que a todos nos comove: o próprio Deus, Deus Criador e Omnipotente, a pedir e a agradecer esmolas das suas criaturas!

Porque me lembrei de dar este título para a conferência de Natal? Foi uma espécie de inspiração poética: como o primeiro verso de um poema. Assim costumam fazer os poetas, incluindo os maus poetas, como eu. Vem-nos à ideia um frase qualquer, quase sem querermos, e sentimos que fica à espera de desenvolvimentos; como se fosse uma semente a criar raízes no pensamento e a crescer dentro de nós, até se exteriorizar coerentemente… O poeta vê-se obrigado a segui-la; não pode fazer do primeiro verso o que quiser; tem de adivinhar o que essa frase entranha, até dar à luz o fruto correspondente.

Uma boa fotografia merece sempre relevo - Neve em Nova Iorque

Papa almoçou com 250 pobres de Roma

Umas 250 pessoas sem recursos participaram, neste domingo, 26, com o Papa, num almoço de Natal, no átrio da Aula Paulo VI, no Vaticano, no centenário do nascimento da Beata Madre Teresa de Calcutá. Juntamente com o Papa e com uma representação das Missionárias da Caridade - fundadas por Madre Teresa, participaram no almoço pessoas que frequentam regularmente, em Roma, diversas comunidades destas religiosas. Em palavras improvisadas no final, Bento XVI recordou o testemunho de Madre Teresa de Calcutá, "um reflexo da luz do amor de Deus".

(Fonte: site Rádio Vaticano)

Oportunidade histórica

Os homens crescem mais nas tormentas que na bonança. Por isso vivemos hoje uma ímpar oportunidade histórica: podemos finalmente dar o salto que falta para nos confirmar no ritmo do futuro.

Depois de ser líder cultural no Renascimento, lançando e conduzindo a gesta da globalização marítima, o pequeno Portugal deu-se mal na época civilizacional seguinte. Não foi por os ideais iluministas terem chegado tarde ou demorado a estabelecer-se. A penetração começou em meados de setecentos com o marquês de Pombal e, após dura guerra civil, estavam definitiva e triunfantemente implantados a partir de 1834. A maioria dos países europeus sofreu um reaccionarismo mais longo, demorando a adquirir estavelmente um regime aberto.

S. Josemaría sobre esta data:

Festa de São João Evangelista. “Terás pensado alguma vez, com santa inveja, no Apóstolo adolescente, João, quem diligebat Jesus, que Jesus amava.
- Não gostarias de merecer que te chamassem “o que ama a Vontade de Deus”? Emprega os meios, dia a dia”, escreve emForja.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Bom Dia!

Um olhar sobre a vida humana


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Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Bento XVI
Audiência geral de 9/8/06 (trad. DC n° 2365, p. 821 © Libreria Editrice Vaticana)

O ensinamento do apóstolo São João

Se existe um assunto característico que mais sobressai nos escritos de João, é o amor. [...] Certamente João não é o único autor das origens cristãs que fala do amor. Sendo este um elemento essencial do cristianismo, todos os escritores do Novo Testamento falam dele, mesmo se com acentuações diferentes. Se agora nos detemos a reflectir sobre este tema em João, é porque ele nos traçou com insistência e de modo incisivo as suas linhas principais. Portanto, confiemo-nos às suas palavras.

São João, Apóstolo e Evangelista

João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor, mesmo que leia superficialmente os seus escritos, percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.

João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à acção. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário:"No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus."

PSALM 135

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

O Evangelho do dia 27 de Dezembro de 2010

São João 20,2-8

2 Correu então, e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo a quem Jesus amava, e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram».3 Partiu, pois, Pedro com o outro discípulo e foram ao sepulcro.4 Corriam ambos juntos, mas o outro discípulo corria mais do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro.5 Tendo-se inclinado, viu os lençóis no chão, mas não entrou.6 Chegou depois Simão Pedro, que o seguia, entrou no sepulcro e viu os lençóis postos no chão,7 e o sudário que estivera sobre a cabeça de Jesus, que não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte.8 Entrou também, então, o outro discípulo que tinha chegado primeiro ao sepulcro. Viu e acreditou.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Boa noite!

Jesus nasceu numa gruta em Belém, diz a Escritura, "porque não havia lugar para eles na estalagem". Não me afasto da verdade teológica, se te disser que Jesus ainda está à procura de pousada no teu coração.

(São Josemaría Escrivá - Forja, 274)

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas.

O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega porque o amor não pede direitos: quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedecestes Tu? Usque ad mortem, mortem autem crucis, até à morte e morte de Cruz. É preciso sair de nós mesmos, complicar a vida, perdê-la por amor de Deus e das almas... Tu querias viver e que nada te acontecesse; mas Deus quis outra coisa... Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus, e não torcida a de Deus para se acomodar à tua.

Com alegria, tenho visto muitas almas que jogaram a vida – como Tu, Senhor, "usque ad mortem"! – para cumprir o que a vontade de Deus lhes pedia, dedicando os seus esforços e o seu trabalho profissional ao serviço da Igreja, pelo bem de todos os homens.

Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor.

(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 19)

O fato usado do presidente

Três dias antes do Natal, assistia calmamente ao Telejornal da RTP1 quando vi a grande notícia da noite. Entre os atentados em Bagdade e as agências de rating, uma voz off anuncia o que as câmaras filmam: o presidente da maior empresa pública portuguesa a levar dois saquinhos de papel com roupa usada e um brinquedinho (usado) para uns caixotes de cartão, cheios de coisas usadas para oferecer no Natal. Fiquei comovida. Que imagem de boa pessoa, que gesto bonito: pegar num fatinho usado do seu guarda-vestidos que deve ter uns 200 e num pequeno brinquedo de peluche, e depositar tudo no caixote de cartão para posteriormente ser redistribuído? À administração da empresa? Não, a notícia explica que é para oferecer aos pobrezinhos, que estão a aumentar com a crise. A RTP, Telejornal à hora nobre, filma o comovente gesto. Em off, o locutor explica o sentido dizendo que alguém vai ter no sapatinho um fato de marca. Olhando para os sacos de papel, percebe-se que esse alguém também receberá umas meias usadas e talvez mesmo uma camisa de marca usada.

Primeiro, pensei que estava a dormir e um pesadelo me fizera voltar ao tempo de Salazar, à RTP a preto e branco ou à série da Rita Blanco «Conta-me como foi».

Mas não, eu estava acordada e a ver o presidente da EDP no Telejornal da RTP 1 (podem ver o filme na net) posar sorridente para as câmaras, a levar um saquinho a um caixote, que não era de lixo, mas de oferta. Por acaso, estava à porta da EDP a RTP a filmar o gesto. Iam a passar e filmaram, certamente, porque para os pobres os fatos em segunda mão de marca assentam como uma luva. Um velhinho num lar de Vila Real vestido Rosa & Teixeira sempre é outra coisa. Ou o homeless na sopa dos pobres com Boss faz outra figura, ou o desempregado com Armani numa entrevista do fundo de desemprego... Mentalidade herdada do Estado Novo, foi a minha primeira análise, teorizando imediatamente que os ricos em Portugal, os que recebem prémios de milhões em empresas públicas e ordenados escandalosos e que puseram o mundo e o país como se vê, são os mesmos com a mesma mentalidade salazarenta. Mas nem é verdade, pois, mesmo nesse tempo, as senhoras do regime organizavam enxovais novos nas aulas de lavores do meu liceu para dar no Natal aos pobres que iam nascer.

J.S. Bach - Jesus joy of man's desiring, BWV 147

Boa Tarde!

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Fuga para o Egipto, acto de amor total

Enquanto a Sagrada Família descansa, aparece o Anjo a José, para que fujam para o Egipto. Maria e José pegam no Menino e empreendem a caminhada sem demora. Não se revoltam, não se desculpam, não esperam que a noite termine...


Diz à Nossa Mãe Santa Maria e ao Nosso Pai e Senhor São José que desejamos amar e aceitar prontamente toda a penitência passiva.

(São Josemaría Escrivá - Sulco, 999)

Papa evoca atentados de Natal contra cristãos e pede que se ponha termo ao ódio. Recordadas as famílias, neste domingo da Sagrada Família

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1930





“Sugere-lhes o heroísmo de fazer com perfeição as pequenas coisas de cada dia, como se de cada uma delas dependesse a salvação do mundo”, deixa escrito.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Bom Dia!

Um olhar sobre a vida humana


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Cecilia Bartoli - "Laudate Dominum" (W.A.Mozart)

Crónica do Vaticano (inglês)

Meditação de Francisco Fernández Carvajal

sábado, 25 de dezembro de 2010

'Urbi et Orbi' do dia 25 de Dezembro de 2010 (versão integral)

Boa noite!

Natal. Cantam: "venite, venite...". – Vamos, que Ele já nasceu. E, depois de contemplar como Maria e José cuidam do Menino, atrevo-me a sugerir-te: – Olha-o de novo, olha-o sem descanso.

(São Josemaría Escrivá - Forja, 549)

Foi promulgado um édito de César Augusto, que manda recensear toda a gente. Para isso, cada qual tem de ir à terra dos seus antepassados. – Como José é da casa e da família de David, vai com a Virgem Maria, de Nazaré até à cidade chamada Belém, na Judeia (Lc II, 1–5).

E, em Belém, nasce o nosso Deus: Jesus Cristo! Não há lugar na pousada: num estábulo. – E Sua Mãe envolve-O em paninhos e reclina-O no presépio (Lc 11, 7) . Frio. – Pobreza. – Sou um escravozito de José. – Que bom é José! Trata-me como um pai a seu filho. – Até me perdoa, se estreito o Menino entre os meus braços e fico, horas e horas, a dizer-Lhe coisas doces e ardentes!...

E beijo-O – beija-O tu – e embalo-O e canto para Ele e chamo-Lhe Rei, Amor, meu Deus, meu Único, meu Tudo!... Que lindo é o Menino... e que curta a dezena!

(São Josemaría Escrivá - Santo Rosário, 3º mistério Gozoso)

Chris Tomlin - Emmanuel (Hallowed Manger Ground)

MENSAGEM URBI ET ORBI DE SUA SANTIDADE BENTO XVI


«Verbum caro factum est – o Verbo fez-Se carne» (Jo 1, 14).

Queridos irmãos e irmãs, que me ouvis em Roma e no mundo inteiro, é com alegria que vos anuncio a mensagem do Natal: Deus fez-Se homem, veio habitar no meio de nós. Deus não está longe: está perto, mais ainda, é o «Emanuel», Deus-connosco. Não é um desconhecido: tem um rosto, o rosto de Jesus.
Trata-se de uma mensagem sempre nova, que não cessa de surpreender, porque ultrapassa a nossa esperança mais ousada. Sobretudo porque não se trata apenas de um anúncio: é um acontecimento, um facto sucedido, que testemunhas credíveis viram, ouviram, tocaram na Pessoa de Jesus de Nazaré! Permanecendo com Ele, observando os seus actos e escutando as suas palavras, reconheceram em Jesus o Messias; e, ao vê-Lo ressuscitado, depois que fora crucificado, tiveram a certeza de que Ele, verdadeiro homem, era simultaneamente verdadeiro Deus, o Filho unigénito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (cf. Jo 1, 14).

Homilia do Santo Padre na Noite de Natal (texto integral)



Amados irmãos e irmãs!

«Tu és meu filho, Eu hoje te gerei» – com estas palavras do Salmo segundo, a Igreja dá início à liturgia da Noite Santa. Ela sabe que esta frase pertencia, originariamente, ao rito da coroação do rei de Israel. O rei, que por si só é um ser humano como os outros homens, torna-se «filho de Deus» por meio do chamamento e entronização na sua função: trata-se de uma espécie de adopção por parte de Deus, uma acta da decisão, pela qual Ele concede a este homem uma nova existência, atraindo-o para o seu próprio ser. De modo ainda mais claro, a leitura tirada do profeta Isaías, que acabámos de ouvir, apresenta o mesmo processo numa situação de tribulação e ameaça para Israel: «Um menino nasceu para nós, um filho nos foi concedido. Tem o poder sobre os ombros» (9, 5). A entronização na função régia é como um novo nascimento. E, precisamente como recém-nascido por decisão pessoal de Deus, como menino proveniente de Deus, o rei constitui uma esperança. O futuro assenta sobre os seus ombros. É o detentor da promessa de paz. Na noite de Belém, esta palavra profética realizou-se de um modo que, no tempo de Isaías, teria ainda sido inimaginável. Sim, agora Aquele sobre cujos ombros está o poder é verdadeiramente um menino. N’Ele aparece a nova realeza que Deus institui no mundo. Este menino nasceu verdadeiramente de Deus. É a Palavra eterna de Deus, que une mutuamente humanidade e divindade. Para este menino, são válidos os títulos de dignidade que lhe atribui o cântico de coroação de Isaías: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai para sempre, Príncipe da paz (9, 5). Sim, este rei não precisa de conselheiros pertencentes aos sábios do mundo. Em Si mesmo traz a sapiência e o conselho de Deus. Precisamente na fragilidade de menino que é, Ele é o Deus forte e assim nos mostra, face aos pretensiosos poderes do mundo, a fortaleza própria de Deus.

Na verdade, as palavras do rito da coroação em Israel não passavam de palavras rituais de esperança, que de longe previam um futuro que haveria de ser dado por Deus. Nenhum dos reis, assim homenageados, correspondia à subliminidade de tais palavras. Neles, todas as expressões sobre a filiação de Deus, sobre a entronização na herança dos povos, sobre o domínio das terras distantes (Sal 2, 8) permaneciam apenas presságio de um futuro – como se fossem painéis sinalizadores da esperança, indicações apontando para um futuro que então era ainda inconcebível. Assim o cumprimento da palavra, que tem início na noite de Belém, é ao mesmo tempo imensamente maior e – do ponto de vista do mundo – mais humilde do que a palavra profética deixava intuir. É maior, porque este menino é verdadeiramente Filho de Deus, é verdadeiramente «Deus de Deus, Luz da Luz, gerado, não criado, consubstancial ao Pai». Fica superada a distância infinita entre Deus e o homem. Deus não Se limitou a inclinar o olhar para baixo, como dizem os Salmos; Ele «desceu» verdadeiramente, entrou no mundo, tornou-Se um de nós para nos atrair a todos para Si. Este menino é verdadeiramente o Emanuel, o Deus-connosco. O seu reino estende-se verdadeiramente até aos confins da terra. Na imensidão universal da Sagrada Eucaristia, Ele verdadeiramente instituiu ilhas de paz. Em todo o lado onde ela é celebrada, temos uma ilha de paz, daquela paz que é própria de Deus. Este menino acendeu, nos homens, a luz da bondade e deu-lhes a força para resistir à tirania do poder. Em cada geração, Ele constrói o seu reino a partir de dentro, a partir do coração. Mas é verdade também que «o bastão do opressor» não foi quebrado. Também hoje marcha o calçado ruidoso dos soldados e temos ainda incessantemente a «veste manchada de sangue» (Is 9, 3-4). Assim faz parte desta noite o júbilo pela proximidade de Deus. Damos graças porque Deus, como menino, Se confia às nossas mãos, por assim dizer mendiga o nosso amor, infunde a sua paz no nosso coração. Mas este júbilo é também uma prece: Senhor, realizai totalmente a vossa promessa. Quebrai o bastão dos opressores. Queimai o calçado ruidoso. Fazei com que o tempo das vestes manchadas de sangue acabe. Realizai a promessa de «uma paz sem fim» (Is 9, 6). Nós Vos agradecemos pela vossa bondade, mas pedimos-Vos também: mostrai a vossa força. Instituí no mundo o domínio da vossa verdade, do vosso amor – o «reino da justiça, do amor e da paz».

«Maria deu à luz o seu filho primogénito» (Lc 2, 7). Com esta frase, São Lucas narra, de modo absolutamente sóbrio, o grande acontecimento que as palavras proféticas, na história de Israel, tinham com antecedência vislumbrado. Lucas designa o menino como «primogénito». Na linguagem que se foi formando na Sagrada Escritura da Antiga Aliança, «primogénito» não significa o primeiro de uma série de outros filhos. A palavra «primogénito» é um título de honra, independentemente do facto se depois se seguem outros irmãs e irmãs ou não. Assim, no Livro do Êxodo, Israel é chamado por Deus «o meu filho primogénito» (Ex 4, 22), exprimindo-se deste modo a sua eleição, a sua dignidade única, o particular amor de Deus Pai. A Igreja nascente sabia que esta palavra ganhara uma nova profundidade em Jesus; que n’Ele estão compendiadas as promessas feitas a Israel. Assim a Carta aos Hebreus chama Jesus «o primogénito» simplesmente para O qualificar, depois das preparações no Antigo Testamento, como o Filho que Deus manda ao mundo (cf. Heb 1, 5-7). O primogénito pertence de maneira especial a Deus, e por isso – como sucede em muitas religiões – devia ser entregue de modo particular a Deus e resgatado com um sacrifício de substituição, como São Lucas narra no episódio da apresentação de Jesus no templo. O primogénito pertence a Deus de modo particular, é por assim dizer destinado ao sacrifício. No sacrifício de Jesus na cruz, realiza-se de uma forma única o destino do primogénito. Em Si mesmo, Jesus oferece a humanidade a Deus, unindo o homem e Deus de uma maneira tal que Deus seja tudo em todos. Paulo, nas Cartas aos Colossenses e aos Efésios, ampliou e aprofundou a ideia de Jesus como primogénito: Jesus – dizem-nos as referidas Cartas – é o primogénito da criação, o verdadeiro arquétipo segundo o qual Deus formou a criatura-homem. O homem pode ser imagem de Deus, porque Jesus é Deus e Homem, a verdadeira imagem de Deus e do homem. Ele é o primogénito dos mortos: dizem-nos ainda aquelas Cartas. Na Ressurreição, atravessou o muro da morte por todos nós. Abriu ao homem a dimensão da vida eterna na comunhão com Deus. Por fim, é-nos dito: Ele é o primogénito de muitos irmãos. Sim, agora Ele também é o primeiro duma série de irmãos, isto é, o primeiro que inaugura para nós a vida em comunhão com Deus. Cria a verdadeira fraternidade: não a fraternidade, deturpada pelo pecado, de Caim e Abel, de Rómulo e Remo, mas a fraternidade nova na qual somos a própria família de Deus. Esta nova família de Deus começa no momento em que Maria envolve o «primogénito» em faixas e O reclina na manjedoura. Supliquemos-Lhe: Senhor Jesus, Vós que quisestes nascer como o primeiro de muitos irmãos, dai-nos a verdadeira fraternidade. Ajudai-nos a tornarmo-nos semelhantes a Vós. Ajudai-nos a reconhecer no outro que tem necessidade de mim, naqueles que sofrem ou estão abandonados, em todos os homens, o vosso rosto, e a viver, juntamente convosco, como irmãos e irmãs para nos tornarmos uma família, a vossa família.

No fim, o Evangelho de Natal narra-nos que uma multidão de anjos do exército celeste louvava a Deus e dizia: «Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens que Ele ama» (Lc 2, 14). A Igreja ampliou este louvor que os anjos entoaram à vista do acontecimento da Noite Santa, fazendo dele um hino de júbilo sobre a glória de Deus. «Nós Vos damos graças por vossa imensa glória». Nós Vos damos graças pela beleza, pela grandeza, pela bondade de Deus, que, nesta noite, se tornam visíveis para nós. A manifestação da beleza, do belo, torna-nos felizes sem que devamos interrogar-nos sobre a sua utilidade. A glória de Deus, da qual provém toda a beleza, faz explodir em nós o deslumbramento e a alegria. Quem vislumbra Deus, sente alegria; e, nesta noite, vemos algo da sua luz. Mas a mensagem dos anjos na Noite Santa também fala dos homens: «Paz aos homens que Ele ama». A tradução latina desta frase, que usamos na Liturgia e remonta a São Jerónimo, interpreta diversamente: «Paz aos homens de boa vontade». Precisamente nos últimos decénios, esta expressão «os homens de boa vontade» entrou de modo particular no vocabulário da Igreja. Mas qual é a tradução justa? Devemos ler, juntas, as duas versões; só assim compreendemos rectamente a frase dos anjos. Seria errada uma interpretação que reconhecesse apenas o agir exclusivo de Deus, como se Ele não tivesse chamado o homem a uma resposta livre e amorosa. Mas seria errada também uma resposta moralizante, segundo a qual o homem com a sua boa vontade poder-se-ia, por assim dizer, redimir a si próprio. As duas coisas andam juntas: graça e liberdade; o amor de Deus, que nos precede e sem o qual não O poderemos amar, e a nossa resposta, que Ele espera e até no-la suplica no nascimento do seu Filho. O entrelaçamento de graça e liberdade, o entrelaçamento de apelo e resposta não podemos dividi-lo em partes separadas uma da outra. Ambas estão indivisivelmente entrançadas entre si. Assim esta frase é simultaneamente promessa e apelo. Deus precedeu-nos com o dom do seu Filho. E, sempre de novo e de forma inesperada, Deus nos precede. Não cessa de nos procurar, de nos levantar todas as vezes que o necessitamos. Não abandona a ovelha extraviada no deserto, onde se perdeu. Deus não se deixa confundir pelo nosso pecado. Sempre de novo recomeça connosco. Todavia espera que amemos juntamente com Ele. Ama-nos para que nos seja possível tornarmo-nos pessoas que amam juntamente com Ele e, assim, possa haver paz na terra.

Lucas não disse que os anjos cantaram. Muito sobriamente, escreve que o exército celeste louvava a Deus e dizia: «Glória a Deus nas alturas…» (Lc 2, 13-14). Mas desde sempre os homens souberam que o falar dos anjos é diverso do dos homens; e que, precisamente nesta noite da jubilosa mensagem, tal falar foi um canto no qual brilhou a glória sublime de Deus. Assim, desde o início, este canto dos anjos foi entendido como música vinda de Deus, mais ainda, como convite a unirmo-nos ao canto com o coração em júbilo pelo facto de sermos amados por Deus. Diz Santo Agostinho: Cantare amantis est – cantar é próprio de quem ama. Assim ao longo dos séculos, o canto dos anjos tornou-se sempre de novo um canto de amor e de júbilo, um canto daqueles que amam. Nesta hora, associemo-nos, cheios de gratidão, a este cantar de todos os séculos, que une céu e terra, anjos e homens. Sim, Senhor, nós Vos damos graças por vossa imensa glória. Nós Vos damos graças pelo vosso amor. Fazei que nos tornemos cada vez mais pessoas que amam juntamente convosco e, consequentemente, pessoas de paz. Amen.

(Fonte: site Rádio Vaticano)