Em todo o país há apenas uma celebração regular da missa gregoriana, em Fátima. Lisboa é a única capital europeia que não aplicou o motu próprio do Papa.
Faz hoje cinco anos que Bento XVI publicou o motu próprio Summorum Pontificum, no qual liberalizou o uso da missa gregoriana, muitas vezes referida como missa tridentina.
Nesse documento o Papa pedia aos bispos que fossem generosos na aplicação do documento, autorizando os grupos de fiéis que assim o pedissem a assistir a essa missa nas suas dioceses.
Cinco anos mais tarde, de todas as dioceses em Portugal, só em Fátima é que existe uma celebração regular da missa gregoriana, celebrada aos Domingos às 18h30 por um padre diocesano, na capela das irmãs Filhas de Maria Mãe da Igreja.
Lisboa é uma das únicas capitais europeias, a única entre os países de maioria católica, que não tem qualquer celebração regular daquela que passou a ser conhecida como a forma extraordinária do rito romano, desde a publicação do Summorum Pontificum.
Já Moscovo, que tem cerca de 20 mil católicos residentes, tem três celebrações regulares e Copenhaga, com menos de 40 mil, tem uma mensal.
Ignorância e medo
Marco Paulo da Vinha, presidente da Una Voce Portugal, um movimento que procura promover o interesse pela missa gregoriana, explica que há várias razões para a ausência destas missas no país.
“Há muita ignorância entre os fiéis. Muitas pessoas não fazem sequer ideia de que existe a possibilidade de assistirem a missas na forma extraordinária.”
Por outro lado, nos poucos casos em que se tem manifestado interesse a resposta da hierarquia tem sido fria se não abertamente hostil. Marco Paulo da Vinha explica que houve pedidos formais pelo menos em Setúbal e em Lisboa. No primeiro caso a autorização foi negada, no caso da capital foram levantadas várias exigências por parte do Patriarcado e o processo acabou por não avançar.
Para além de alguns fiéis, há padres que cultivam um interesse pela missa extraordinária, mas preferem nada dizer para não dar nas vistas e por medo de repercussões.
De resto, há comunidades religiosas que têm missas privadas nas suas capelas mas que não as divulgam por receio das reacções ou, no caso do Patriarcado de Lisboa, pelo menos, por proibição do Patriarca.
O presidente da Una Voce teve recentemente experiência disso ao tentar celebrar o seu casamento segundo a forma extraordinária. “Tentámos em duas dioceses. Em Leiria começaram por exigir um atestado em como todos os convidados estavam familiarizados com o rito, quando mostrámos que o Summorum Pontificum não faz essa exigência, o processo foi negado. Depois tentámos em Coimbra e o processo levou mais de cinco meses a ser aprovado”, explica.
No fim, conseguida a autorização, surgiu a dificuldade de arranjar um sacerdote disposto a celebrar. “Os padres portugueses que sabem celebrar este rito não quiserem, para não se exporem. Foi preciso convidar um padre do estrangeiro”, para celebrar a missa daquele que foi o primeiro casamento tridentino no país desde a publicação do Summorum Pontificum.
Nesse documento o Papa pedia aos bispos que fossem generosos na aplicação do documento, autorizando os grupos de fiéis que assim o pedissem a assistir a essa missa nas suas dioceses.
Cinco anos mais tarde, de todas as dioceses em Portugal, só em Fátima é que existe uma celebração regular da missa gregoriana, celebrada aos Domingos às 18h30 por um padre diocesano, na capela das irmãs Filhas de Maria Mãe da Igreja.
Lisboa é uma das únicas capitais europeias, a única entre os países de maioria católica, que não tem qualquer celebração regular daquela que passou a ser conhecida como a forma extraordinária do rito romano, desde a publicação do Summorum Pontificum.
Já Moscovo, que tem cerca de 20 mil católicos residentes, tem três celebrações regulares e Copenhaga, com menos de 40 mil, tem uma mensal.
Ignorância e medo
Marco Paulo da Vinha, presidente da Una Voce Portugal, um movimento que procura promover o interesse pela missa gregoriana, explica que há várias razões para a ausência destas missas no país.
“Há muita ignorância entre os fiéis. Muitas pessoas não fazem sequer ideia de que existe a possibilidade de assistirem a missas na forma extraordinária.”
Por outro lado, nos poucos casos em que se tem manifestado interesse a resposta da hierarquia tem sido fria se não abertamente hostil. Marco Paulo da Vinha explica que houve pedidos formais pelo menos em Setúbal e em Lisboa. No primeiro caso a autorização foi negada, no caso da capital foram levantadas várias exigências por parte do Patriarcado e o processo acabou por não avançar.
Para além de alguns fiéis, há padres que cultivam um interesse pela missa extraordinária, mas preferem nada dizer para não dar nas vistas e por medo de repercussões.
De resto, há comunidades religiosas que têm missas privadas nas suas capelas mas que não as divulgam por receio das reacções ou, no caso do Patriarcado de Lisboa, pelo menos, por proibição do Patriarca.
O presidente da Una Voce teve recentemente experiência disso ao tentar celebrar o seu casamento segundo a forma extraordinária. “Tentámos em duas dioceses. Em Leiria começaram por exigir um atestado em como todos os convidados estavam familiarizados com o rito, quando mostrámos que o Summorum Pontificum não faz essa exigência, o processo foi negado. Depois tentámos em Coimbra e o processo levou mais de cinco meses a ser aprovado”, explica.
No fim, conseguida a autorização, surgiu a dificuldade de arranjar um sacerdote disposto a celebrar. “Os padres portugueses que sabem celebrar este rito não quiserem, para não se exporem. Foi preciso convidar um padre do estrangeiro”, para celebrar a missa daquele que foi o primeiro casamento tridentino no país desde a publicação do Summorum Pontificum.
Filipa d’Avillez
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