Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja
Poesia «Porque te amo, Maria»
Num dia em que os pecadores escutam a doutrina
D'Aquele que os queria receber no céu
Encontro-te com eles, Maria, na colina;
Alguém disse a Jesus que tu querias vê-Lo.
Então, o teu divino Filho, em frente de toda a multidão,
Do Seu amor por nós mostra a imensidão;
Ele diz: «Quem é a Minha mãe e quem são os Meus irmãos?» e
«Quem é meu irmão, minha irmã e minha mãe,
Senão aquele que faz a Minha vontade?» (cf Mt 12,48-50).
Ó Virgem Imaculada, das mães a mais terna,
Ao escutar Jesus, não te entristeces,
Mas alegras-te por Ele nos fazer entender
que a nossa alma se torna aqui na terra a Sua família.
Sim, alegras-te por Ele nos dar a Sua vida,
Os tesouros infinitos da Sua divindade!
Como poderia não te amar, ó minha mãe querida,
Vendo tanto amor e tanta humildade. [...]
Tu amas-nos verdadeiramente como Jesus nos ama
E, por nós, consentes em afastar-te d'Ele.
Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo;
Quiseste prová-lo permanecendo como nosso apoio.
O Salvador conhecia a tua imensa ternura,
Sabia dos segredos do teu coração maternal.
Refúgio dos pecadores, foi a ti que Ele nos entregou
Quando deixou a Sua cruz para nos esperar no céu. [...]
A casa de São João tornou-se o teu único abrigo;
O filho de Zebedeu vai substituir Jesus.
É o ultimo detalhe que nos dá o Evangelho,
Da Rainha dos Céus não me fala mais.
Mas o seu profundo silêncio, ó minha Mãe querida,
Não mostra que o próprio Verbo eterno
Quer ser Ele a cantar os segredos da tua vida
Para encantar os filhos, todos os eleitos do céu?
Em breve irei ouvir essa suave harmonia;
Em breve, no céu tão belo, te verei.
Tu, que me vieste sorrir na manhã da minha vida,
Vem sorrir-me uma vez mais [...] Mãe, eis chegada a noite!
Já não temo o esplendor da tua suprema glória;
Contigo sofri e quero agora
Cantar no teu regaço, Virgem, porque te amo
E dizer, para todo o sempre, que sou tua filha!
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