Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Células estaminais embrionárias: quando os resultados não contam

O debate sobre a investigação com células embrionárias volta ao primeiro plano da actualidade depois de um juiz federal americano ter decidido interpor uma providência cautelar para o financiamento público deste tipo de investigação.
 
O juiz, Royce C. Lamberth, considerou que a decisão de Obama que em 2009 aumentou as possibilidades de financiamento público destas investigações viola a proibição de que os fundos federais se utilizem em investigações que destruam embriões humanos.
 
Uma vez mais, como se tratasse da reposição de uma telenovela, voltam ao ecrã mediático os mesmos actores, argumentos e, provavelmente, o mesmo desenlace. A quem se opõe, retira-se legitimidade pelo facto de se opor. Sobre quem arbitra, o juiz em questão, chovem todo o tipo de suspeitas ideológicas. Os que se queixam da decisão do juiz armam-se em vítimas da barbárie ideológica e religiosa.
 
Os tópicos do género pseudo-científico destacam-se de novo à larga nas páginas dos jornais, nas rádios e nas televisões e até na Internet: "necessárias para salvar vidas", "objecções religiosas", "pôr entraves aos avanços científicos", "o dever de cuidarmos uns dos outros".
 
Muitos lembram que Barack Obama defendeu o novo rumo científico na investigação com células estaminais embrionárias depois de anular as limitações impostas por Bush no mandato anterior. Poucos sabem ou explicam que o que fez Bush foi opor-se a destinar mais fundos públicos para este tipo de investigações, mas nunca em caso algum as proibiu. Bush permitiu em 2001 a investigação com células obtidas de embriões já mortos, mas negou-se a financiar os novos bancos de embriões que se pretendiam desenvolver, aos quais Barack Obama deu luz verde em Março do ano passado (cf. www.aceprensa.com, 11-03-2009).
 
De facto, a investigação com células embrionárias não esteve parada em nenhum momento, o que não se removeu foi a classificação de "resultados positivos obtidos". Isso, sim, sobretudo os investidores, e uma prova disso foi a mudança de atitude - supostamente discreta, para não ter que rectificar publicamente - levada a cabo pelo Instituto de Medicina Regenerativa da Califórnia que, após cinco anos de investigações infrutuosas com células embrionárias, se decidiu pelas células adultas. Com os 230 milhões de dólares que gastou o ano passado, a investigação financiou 14 equipas de investigadores, 10 delas ocupam-se de células estaminais adultas e só 4 de embrionárias. (cf. www.aceprensa.com, 04-02-2010)

Parece portanto uma irresponsabilidade continuar a agitar a bandeira da futura cura do Alzheimer ou outras doenças degenerativas graças às células embrionárias, criando expectativas fraudulentas na origem e escamoteando os perigos que isso acarreta.

A utilidade médica das células estaminais adultas

As investigações com células adultas têm crescido desde que o cientista japonês Shinya Yamanaka descobriu em 2007 que se podiam reprogramar para as converter em pluripotentes (que podem dar origem a qualquer tecido do organismo), como as embrionárias, mas sem o risco que estas apresentam ao descontrolar-se causando tumores e sem a necessidade de ter de destruir embriões para as obter.

Em medicina regenerativa, as células estaminais adultas continuam a ser as únicas com utilidade médica. Se ainda não passou tempo suficiente para ter a segurança da eficácia a longo prazo das terapias aplicadas, com estas células já se conseguiu reparar diferentes tecidos (cardíaco, muscular, da córnea...). Há numerosos ensaios clínicos em curso, enquanto que muito poucos se estão a fazer com as embrionárias. (cfr.www.aceprensa,com, 24-06-2009).

Alvaro Lucas

Aceprensa

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