Mas, vou confessar-me de quê? Esta pergunta é possível porque, ao demónio, não lhe interessa nada que nos confessemos e, assim, há-de insinuar-nos que, de facto, não cometemos nenhum pecado que “valha a pena” confessar. Faltas…? Sim, admitimos com sinceridade que temos faltas mas, valerá a pena confessá-las? Não será um “excesso de zelo”?
Há que decidir de uma vez: vale a pena confessar ao sacerdote aquilo que fizemos e não deveríamos ter feito e, também, aquilo que, talvez fosse nossa obrigação fazer e não fizemos.
Ficaremos “limpos” e em paz e, a paz de consciência é a tranquilidade na alma e a serenidade do espírito.
(AMA, considerações sobre a confissão quaresmal, 2010.03.02)
Comentário:
O próprio Cristo une, de modo particular, a libertação com o conhecimento da verdade: 'Conhecereis a verdade, e a verdade tornar-vos-á livres' (Ioh 8,32). Esta frase atesta sobretudo o íntimo significado da liberdade com que Cristo nos liberta. Libertação significa transformação interior do homem, consequência do conhecimento da verdade. A trans¬formação é, portanto, um processo espiritual no qual homem progride 'na justiça e na santidade verdadeira (Eph 4,24) (...). A verdade tem importância não só para crescimento da consciência humana, tornando mais pro¬funda deste modo a vida interior do homem; a verdade tem, também um significado e uma força profética; ela constitui o conteúdo do testemunho e exige um testemunho. Encontramos esta força profética da verdade nos ensinamentos de Cristo: Como Profeta, como testemunha da verdade, Cristo opõe-Se repetidamente à não-verdade; fá-lo com grande: força e decisão, e amiúde não duvida em censurar o falso: (JOÃO PAULO II, Audiência geral de 21-II-1979).
Tema: Verdade
A hostilidade dos perversos soa como um louvor para a nossa vida, porque demonstra que temos pelo menos algo de rectidão enquanto somos incómodos para os que não amam a Deus: ninguém pode ser agradável para Deus e para os inimigos de Deus ao mesmo tempo. Demonstra que não é amigo de Deus quem busca agradar aos que se opõem a Ele: e quem se submete à verdade lutará contra o que se opõe é verdade. (S. GREGÓRIO MAGNO, In Ezechielem Homíliae, 9)
Doutrina: Vida humana (Evangelium Vitae 18)
É no íntimo da consciência moral que se consuma o eclipse do sentido de Deus e do homem, com todas as suas múltiplas e funestas consequências sobre a vida. Em questão está, antes de mais, a consciência de cada pessoa, onde esta, na sua unicidade e irrepetibilidade, se encontra a sós com Deus. Mas, em certo sentido, é posta em questão também a «consciência moral» da sociedade: esta é, de algum modo, responsável, não só porque tolera ou favorece comportamentos contrários à vida, mas também porque alimenta a «cultura da morte», chegando a criar e consolidar verdadeiras e próprias «estruturas de pecado» contra a vida. A consciência moral, tanto do indivíduo como da sociedade, está hoje — devido também à influência invasora de muitos meios de comunicação social —, exposta a um perigo gravíssimo e mortal: o perigo da confusão entre o bem e o mal, precisamente no que se refere ao fundamental direito à vida. (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 24ª)
Agradecimento: António Mexia Alves
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