43º Dia. Quinta-feira da terceira semana da Páscoa, 30 de
Abril de 2020.
Meditação da Palavra de Deus (Jo 6, 44-51)
Ninguém pode vir a
Mim!
“Naquele
tempo, disse Jesus à multidão: ‘Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou
não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia.” Como é que Nosso
Senhor pode dizer que ninguém pode ir a Ele se, ainda ontem, a todos dizia: “Vinde
a Mim”! (cf. Mt 11, 25-30)?!
A resposta é
clara: o dom da fé não pode ser alcançado pela razão, nem pela força da
vontade, nem sequer pelas boas obras. É uma graça de Deus e, por isso, como
explicou Nosso Senhor, ninguém O pode conhecer, se tal não lhe for dado pelo
Pai do Céu: “Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer”.
Uma
manifestação muito comum da soberba humana é pensar que podemos fazer tudo, ou
que basta nos propormos um objectivo, para que o alcancemos. Com certeza que é
muito bom que sejamos activos e procuremos pôr todos os meios necessários para
alcançar o que de bom pretendemos. Muitas vezes, esses meios materiais e
humanos serão suficientes, mas as obras de Deus fazem-se com meio
sobrenaturais, que não estão ao alcance da nossa razão e da nossa vontade.
Que posso
fazer eu para que aquela pessoa acredite em Cristo?! Que posso eu fazer para
que O ame? A que meios posso recorrer para que se converta?! Ou para que não se
desvie do bom caminho? Ou, tendo-se extraviado, como o filho pródigo, regresse
à casa paterna sem mais demora?!
Em termos
humanos, talvez não possa fazer quase nada, porque mesmo o discurso mais
persuasivo e as lágrimas mais sinceras e pungentes são insuficientes. Mas todos
os cristãos temos uma arma secreta que, essa sim, é sempre eficaz: a oração.
Por isso,
quando alguém não corresponde à graça que para ela pedimos a Deus, não é só ela
que fracassa, mas nós também, porque a sua não conversão pode ser sinal da
insuficiência, ou imperfeição, da nossa fé e da nossa oração.
O Senhor
prometeu que a oração, quando verdadeira e perseverante, como justa e
insistente foi a súplica da pobre viúva ao juiz iníquo, é sempre eficaz.
Devemos rezar sempre, até alcançar o bem pedido e, depois também, em acção de
graças.
Intenções para os mistérios luminosos do Santo Rosário
de Nossa Senhora:
1º - O Baptismo de Jesus no Jordão. João Baptista
considerava-se indigno de baptizar Cristo, mas Jesus disse que ele era o maior,
entre os nascidos de mulher. Peçamos a Nossa Senhora que nos conceda a
humildade de instrumentos.
2º - A auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná. A
primeira resposta de Jesus a Maria parecia negativa, mas como sua Mãe insistiu,
o milagre aconteceu. Que Nossa Senhora nos ajude a ser perseverantes na oração.
3º - O anúncio do Reino de Deus como convite de Jesus à
conversão. A melhor oração pela conversão dos outros é a nossa própria
conversão. Que Maria nos alcance essa graça!
4º - A Transfiguração de Jesus. Que o Senhor console
os que estão a passar por um deserto espiritual, para que a aridez que sofrem
os não afaste da vida de oração.
5º- A instituição da Eucaristia, expressão sacramental do
mistério pascal. Não basta ir à Missa, ou assistir à Missa, ou participar
na Missa! É preciso vivê-la, não só no momento da sua celebração, mas durante
as 24 horas do dia.
Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se
Deus quiser!
Com amizade,
P. Gonçalo
Portocarrero de Almada
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