Os Três Reis Magos ou simplesmente "Os Magos", a que a tradição deu os nomes de Melchior, Baltazar e Gaspar, são personagens da narrativa cristã que visitaram Jesus após o seu nascimento (Evangelho de Mateus). A Escritura diz "uns magos", que não seriam, portanto, reis nem necessariamente três mas, talvez, sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela quantia dos presentes oferecidos.
Talvez fossem astrólogos ou astrónomos, pois, segundo consta, viram uma estrela e foram, por isso, até a região onde nascera Jesus, dito o Cristo. Assim os magos, sabendo que se tratava do nascimento de um rei, foram ao palácio do rei Herodes em Jerusalém. Perguntaram-lhe sobre a criança mas ele disse nada saber. No entanto, Herodes alarmou-se e sentiu-se ameaçado e pediu aos magos que, se encontrassem o menino, o informassem, pois iria adorá-lo também, embora suas intenções fossem a de matá-lo.
A estrela, conta o evangelho, precedia-os e parou sobre o local onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mt 2, 10). Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus, ouro, incenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, um resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações respeito do significado das dádivas dadas por eles: o ouro pode representar a realeza (eles procuravam o "Rei dos Judeus"); o incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus; a mirra, resina antiséptica usada em embalsamamentos desde o Egipto antigo, remete-nos para o género da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (Jo 19, 39 e 40).
"Sendo prevenidos em sonhos a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra" (Mt 2, 12). Nada mais a Escritura diz sobre essa história cheia de poesia, não havendo também quaisquer outros documentos históricos sobre eles.
A melhor descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735), que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata: “Melchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltazar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”.
Quanto a seus nomes, Gaspar significa “Aquele que vai inspecionar”, Melchior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltazar se traduz por “Deus manifesta o Rei”.
Como se pretendia dizer que simbolizavam os reis de todo o mundo, representariam as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Segundo a mesma tradição, Melchior entregou-Lhe ouro em reconhecimento da realeza; Gaspar, incenso em reconhecimento da divindade; e Baltazar, mirra em reconhecimento da humanidade.
A exegese vê na chegada dos reis magos o cumprimento a profecia contida no livro dos Salmos (Sl 71, 11): “Os reis de toda a terra hão de adorá-Lo”.
Devido ao tempo passado até que os Magos chegassem ao local onde estava o menino, por causa da distância percorrida e da visita a Herodes, a tradição atribuiu à visitação dos Magos o dia 6 de Janeiro. Algumas Conferências Episcopais decidiram, contudo, celebrar a festa da Epifania no primeiro domingo de Janeiro (quando não coincide com o dia 1).
Devemos aos Magos a troca de presentes no Natal. Dos presentes dos Magos surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de Janeiro, e os pais muitas vezes se disfarçam de reis magos.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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