Reparemos pelo maior mal que pode acontecer a uma criatura: fechar-se voluntariamente à Verdade e à Vida que Cristo é, pois o coração endurece no mal e impede a atuação da graça regeneradora do Paráclito. O Papa S. João Paulo II escreveu que a ação do Espírito Santo «encontra no homem que esteja em tal situação uma resistência interior, uma espécie de impermeabilidade da consciência, um estado de alma que se diria endurecido em razão de uma escolha livre (…). Na nossa época, a esta atitude da mente e do coração corresponde talvez a perda do sentido do pecado (…), acompanhada da "perda do sentido de Deus"» [14].
Consideremos, ao mesmo tempo, que o poder de Deus é infinitamente maior que a tirania do pecado. Não toleremos qualquer sombra de desânimo pessoal ao ver tanto esquecimento de Deus e desprezo dos Seus Mandamentos à nossa volta. Peçamos à Santíssima Trindade que esse vazio não nos influencie: recorramos mais ao poder do Espírito Santo para desmascarar o pecado e infundir a contrição nos corações. Como o Senhor nos ensina, Ele convencerá o mundo quanto ao pecado, à justiça e ao juízo[15]. Pela fé sabemos que Deus não enviou o Seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo se salve por Ele [16]. E assim, afirma S. João Paulo II, «o convencer no que se refere ao pecado e à justiça tem como finalidade a salvação do mundo e a salvação dos homens» [17].
[11]. Jo 18,37.
[12]. Ibid 38.
[13]. Jo 14, 6.
[14]. S. João Paulo II, Encíclica Dominum et vivificantem, 18-V-1986, n. 47.
[15]. Jo 16, 8.
[16]. Jo 3, 17.
[17]. S. João Paulo II, Encíclica Dominum et vivificantem, 18-V-1986, n. 27.
D. Javier Echevarría na carta do mês de novembro de 2014
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
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