Com sono tudo se faz, excepto pensar. Excepto sorrir. Excepto ouvir. Excepto prever. Excepto planear. Excepto ter gosto no trabalho, na família e no convívio com os colegas; e muito menos com os chefes. Excepto sonhar acordado, sobretudo com o fim de semana… em que novamente a gente se deitará tarde.
É verdade que, mesmo assim, somos capazes de meter-nos no trabalho até às orelhas, até porque, se não, despedem-nos, ou desclassificam-nos, ou falimos. Mas que não nos incomodem com mais nada! Estamos fartos!
Depois, não há quem entenda esta mulher, quem ature este marido; quem compreenda estas crianças; quem suporte estes sogros; quem tenha pachorra para os eternos problemas daquele irmão, ou do sócio…
E ainda por cima, esta crise! Mais os engarrafamentos…
Não é o nosso único mal, o sono, mas é um dos mais insidiosos e que nos passa mais despercebido.
Mon. Hugo de Azevedo
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