Vem o vento
e despenteia-me o cabelo,
fica todo sem jeito,
revolto, sem forma,
assim mais parece um trejeito.
E eu grito num momento
ao poderoso vento,
não a minha cabeleira,
despenteia-me antes,
a minha vida,
a minha alma toda inteira.
É que sabes,
Vento amigo,
já me deixo adormecer,
numa fé tão rotineira,
que qualquer dia nem me apercebo,
que afinal Tu estás comigo.
Ó Vento,
vem e não pares,
desloca-me e agita-me,
renova-me,
e ressuscita-me,
para que a vida nova que trazes,
seja tudo em meu ser,
agora e em todo o tempo.
Sim Vento amigo,
não falo do que sopra nas árvores,
nos mares,
que levanta as folhas do chão,
e me despenteia o cabelo.
Falo do Vento eterno,
que sopra sempre onde quer,
que faz alegria do pranto,
que agita o coração,
sempre que o homem quiser.
Falo de Ti, Vento Divino!
Falo de Ti, Espírito Santo!
Marinha Grande, 28 de Janeiro de 2015
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2015/02/falo-do-espirito-santo.html
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