Papa Francisco
Liturgia da Palavra em 23 de novembro de 2013 - Rito de admissão de novos catecúmenos
A narração do Evangelho (cf. Jo 1,35-42) apresenta-nos João Batista que indica Jesus aos seus discípulos como o Cordeiro de Deus. Dois deles seguem o Mestre e depois, por sua vez, se tornam “mediadores”, que permitem aos outros encontrarem o Senhor, conhecê-lo e segui-lo.
Há três momentos nesta narração que se referem à experiência do catecumenato: em primeiro lugar, a escuta. Os dois discípulos ouviram o testemunho de Batista. Vocês também, queridos catecúmenos, escutaram aqueles que lhes falaram sobre Jesus e lhes propuseram segui-Lo, tornando-se, assim, seus discípulos por meio do Batismo. No tumulto de tantas vozes que ressoam em torno de nós e dentro de nós, vocês ouviram e aceitaram a voz que lhes indicava Jesus como o único que pode dar pleno sentido às suas vidas.
O segundo momento é o encontro. Os dois discípulos encontram o Mestre e permanecem com Ele. Depois de encontrá-Lo, sentem logo uma coisa nova em seus corações: a exigência de transmitir a sua alegria também aos outros, para que todos O possam encontrar. De facto, André encontra o seu irmão Simão e o conduz a Jesus. Quão bem faz contemplar esta cena!
Recorda-nos que Deus não nos criou para ficarmos sós, fechados em nós mesmos, para poder encontrá-Lo e para nos abrir ao encontro com os outros. Deus vem primeiramente junto a cada um de nós; e isto é maravilhoso! Na Bíblia, aparece sempre como aquele que toma a iniciativa do encontro com o homem: é Ele que procura o homem, e normalmente o procura justamente enquanto o homem vive a amarga e trágica experiência de trair Deus e fugir Dele. Deus não espera para ir procurá-lo: vai imediatamente. É um descobridor paciente o nosso Pai! Ele nos precede e nos espera sempre. Não se afasta de nós, mas tem a paciência para aguardar o momento favorável ao encontro com cada um de nós. E quando o encontro acontece, nunca é apressado, porque Deus quer ficar muito tempo connosco para nos apoiar, consolar, para doar-nos a sua alegria. Como nós rumamos a Ele e o desejamos, Ele também tem desejo de estar connosco porque pertencemos a Ele, somos uma sua “coisa”, somos suas criaturas. Ele também, podemos dizer, tem sede de nós, de nos encontrar.
O último trecho da narração é o caminhar. Os dois discípulos caminham rumo a Jesus e depois percorrem um pouco da estrada junto com Ele. É um ensinamento importante para todos nós. A fé é um caminho com Jesus... e dura toda a vida. No fim, estará lá. Certo, em alguns momentos deste caminho, nós nos sentimos cansados e confusos. A fé, porém, nos dá a certeza da presença constante de Jesus em toda situação, até mesmo na mais dolorosa ou difícil de entender. Somos chamados a caminhar para entrar sempre mais no profundo do mistério do amor de Deus, que é maior que nós, e nos permite viver com serenidade e esperança.
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