Como vos costumo lembrar nesta época, os dias de agosto são ricos em festas marianas. Entre o dia 2, comemoração de Nossa Senhora dos Anjos, e 22, festa da Coroação de Nossa Senhora, celebraremos a dedicação da Basílica de Santa Maria Maior (Nossa Senhora das Neves, a 5 de agosto) e, sobretudo, a solenidade da Assunção de Maria, em corpo e alma, ao Céu. Nesse dia, muito unidos a S. Josemaria, a D. Álvaro e a todos os fiéis da Obra que já gozam de Deus, renovaremos a Consagração do Opus Dei ao Imaculado e Dulcíssimo Coração da Maria, que o nosso Fundador fez pela primeira vez, em Loreto, a 15 de agosto de 1951.
Na liturgia desse dia, a leitura do Apocalipse mostra-nos uma Mulher vestida de sol, com a lua a seus pés e coroada com doze estrelas, em luta contra o dragão infernal que tenta devorar o filho das suas entranhas [3]. Esta figura representa em primeiro lugar a Igreja que aparece, por um lado gloriosa, triunfante, e por outro, ainda se encontra em dificuldade. De facto, assim é a Igreja, dizia o Papa Francisco: se no Céu já está associada à glória do seu Senhor, na História enfrenta constantemente as provações e desafios que o conflito entre Deus e o maligno, o inimigo de todos os tempos, traz consigo [4]. Desta cena, podemos tirar uma primeira lição, muito clara. É preciso lutar sem tréguas, para caminharmos fiéis a Deus na nossa vida quotidiana, o caminho da santidade para nós. S. Josemaria escreveu, já quase no fim da sua peregrinação terrena, como resumo da sua resposta a Deus: este é o nosso destino na Terra: lutar por amor até ao último instante. Deo gratias! [5] Sem a luta quotidiana – em que há vitórias, e também derrotas, das quais nos podemos levantar recorrendo ao Sacramento da Penitência –, viveríamos como uns soberbos. Para vencermos nesta luta, ou recuperarmos de imediato, se alguma vez somos vencidos, contamos com a graça de Deus e a ajuda de tantos intercessores, em primeiro lugar da Santíssima Virgem.
[3]. Cfr. Ap 12, 1-6.
[4]. Papa Francisco, Homilia, 15-VIII-2013.
[5]. S. Josemaria, Nota manuscrita, 31-XII-1971.
(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de agosto de 2014)
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