Um tribunal de Cartum condenou hoje uma cristã sudanesa de 27 anos à morte, por enforcamento, por renegar o Islão, apesar dos apelos de embaixadas ocidentais em defesa da liberdade religiosa da mulher.
A mulher, grávida de oito meses, está atualmente detida com o filho de 20 meses, de acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, que exigiu a sua libertação imediata.
"Demos um prazo de três dias para que renegasse a sua fé, mas insistiu em não voltar ao Islão. Condeno-a à pena de morte por enforcamento", declarou o juiz Abbas Mohammed al-Khalifa, que tratou sempre a mulher pelo nome de família do pai, um muçulmano.
Meriam Yahia Ibrahim Ishag - o nome cristão da mulher - foi também condenada a 100 chicotadas por "adultério".
Ao ouvir o veredito, a jovem manteve-se impassível.
Durante a audiência, e depois de uma longa intervenção do líder religioso muçulmano, que procurou converter a cristã, a mulher disse calmamente ao juiz: "Sou cristã e nunca reneguei a minha fé".
O regime islamita sudanês introduziu a lei islâmica ('sharia') em 1983, mas os castigos extremos, além da aplicação de chicotadas, são raros.
Depois de o veredito ter sido anunciado, cerca de 50 pessoas manifestaram-se contra a decisão e a exigir a libertação de Meriam.
Um grupo mais pequeno, em apoio do veredito, chegou pouco depois ao local, mas sem que tenha registado qualquer ação violenta.
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