Apresentamos a primeira parte da tradução do prólogo do livro “Calvary and the Mass” do Venerável Bispo Fulton J. Sheen
Fonte: Calvary and the Mass, Fulton J. Sheen - Tradução: Equipe Christo Nihil Praeponere em http://padrepauloricardo.org/blog/o-calvario-e-a-missa
Existem certas coisas na vida que são muito bonitas para serem esquecidas, como é o caso do amor materno. Por isso ele é guardado carinhosamente numa foto. O amor dos soldados que sacrificaram as próprias vidas pelo seu país da mesma forma é muito bonito para ser esquecido, por isso sua memória é reverenciada no Memorial Day. Mas, a maior bênção que já aconteceu aqui na terra foi a visitação do Filho de Deus em forma e hábitos humanos. Sua vida, acima de todas as vidas, é bela demais para ser esquecida, por isso guardamos com carinho a divindade de Suas Palavras na Sagrada Escritura, e a caridade de Suas Ações em nossas ações cotidianas. Infelizmente, isto é tudo que algumas almas se recordam, propriamente Suas Palavras e Suas Ações; importante como são, elas não são a grande característica do Divino Salvador.
O mais sublime ato na história de Cristo foi Sua Morte. Morte é sempre importante porque ela sela um destino. Todo homem morrendo é uma cena. Toda cena de morte é um lugar sagrado. É por isso que a grande literatura do passado que abordou as emoções ao redor da morte nunca foi ultrapassada. Mas, de todas as mortes na lembrança do homem, nenhuma foi mais importante do que a Morte de Cristo. Todas as pessoas que nasceram neste mundo, nasceram para viver; nosso Senhor veio ao mundo para morrer.
A morte foi um bloco que fez tudo ruir na vida de Sócrates, mas ela foi a coroa da vida de Cristo. Ele mesmo nos disse que veio "para dar a sua em resgate de muitos"; que ninguém tiraria a sua vida; mas que ele a daria por Si mesmo.
Se, então, a morte foi o supremo momento pelo qual Cristo viveu, ela foi, consequentemente, a coisa que Ele desejou que fosse lembrada. Ele não pediu para que os homens registrassem Suas Palavras numa Escritura; Ele não pediu para que a sua gentileza para com os pobres fosse gravada na História, mas ele pediu para que os homens relembrassem a Sua Morte. E, a fim de que esta memória não tivesse nenhuma narrativa confusa por parte dos homens, Ele mesmo instituiu a maneira correta de celebrá-la.
O memorial foi instituído na noite anterior à Sua Morte, e desde então ficou conhecido como "A última Ceia". Tomando o pão em Suas Mãos, Ele disse: "Este é o meu corpo, que será entregue por vós", isto é, entregue à morte. Depois, sobre o cálice de vinho, Ele disse: "Este é o meu sangue, do novo testamento, que será derramado por muitos para remissão dos pecados". Desta forma, em um símbolo não sangrento de separar o Sangue do Corpo, separando a consagração do Pão e do Vinho, Cristo se comprometeu a morrer diante do olhar de Deus e dos homens, e representou Sua Morte que aconteceria no próximo dia, às três da tarde. Ele estava oferecendo a si mesmo como Vítima para ser imolada, e para que os homens nunca se esquecessem de que "não há maior amor do que dar a vida por seus amigos", Ele deu o divino mandamento para a Igreja: "Fazei isto em minha memória".
Continua...
Sem comentários:
Enviar um comentário