Diz ele: Já não conversamos há muito tempo!
Digo eu: Dispenso bem as conversas contigo.
Diz ele: Pois, mas olha que te deixas muitas vezes levar pelo que te digo.
Diz eu: Lá nisso tens razão e nem fazes ideia como isso me dói quando de tal me apercebo.
Diz ele. Deixa-te disso! Há coisas que até te sabem bem!
Digo eu: Talvez no momento. Mas como não se pode servir a dois senhores ao mesmo tempo, acabo sempre por ficar triste e magoado por não ter servido o meu único Senhor, que não és tu.
Diz ele: Ficas dividido.
Digo eu: Não, não fico dividido! Nunca poderia ficar dividido porque de ti nada quero, mas apenas distância.
Diz ele: Olha que de vez em quando…?
Digo eu: Nem penses! Nunca me dividirás, porque se eu permaneço com Ele e n’Ele, tu nada podes.
Diz ele: Mas por vezes deixas que te afaste d’Ele!
Digo eu: Pobres vitórias as tuas! Passageiras e cada vez menos. As tuas vitórias são efémeras. A vitória d’Ele é para sempre! Agora vai-te e não me incomodes mais.
Monte Real, 20 de Março de 2014
Joaquim Mexia Alves
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