Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé forte

Levemos estas considerações às batalhas da própria luta interior. Podemos ser santos, devemos ser santos, apesar dos nossos defeitos e das nossas quedas, porque Deus nos chamou a entrar na intimidade da Sua vida divina como Seus filhos em Jesus Cristo, e nos oferece todos os remédios. Com a graça dos Sacramentos e na oração, torna-se mais acessível cumprir os Mandamentos da lei divina e a fidelidade aos deveres próprios do estado de cada um. O Decálogo não é um conjunto de preceitos negativos, mas de indicações concretas para sair do deserto do «eu» autorreferencial, fechado em si mesmo, e entrar em diálogo com Deus, deixando-se abraçar pela Sua misericórdia, a fim de a irradiar [7]. 

Peçamos ao Senhor que nos conceda uma fé forte, que dê vida a toda a nossa atuação. Certamente acreditamos na Palavra de Deus, admiramo-nos ao ler e meditar o Evangelho, mas talvez ele não se enraíze profundamente nas nossas almas até ao ponto de transformar todas e cada uma das nossas ações. E quando chega a dificuldade, a aridez, a resistência do ambiente, talvez desanimemos. Não será que a nossa fé se acha como que adormecida? Não teremos de contar mais com a ação do Paráclito, que inabita na alma pela graça? Não acontecerá que às vezes confiamos demais nas próprias forças? Meditemos na transformação dos Apóstolos no Pentecostes, e ajustemo-nos a essa orientação do Senhor, que Se nos comunica também através das práticas de piedade cristã que a Igreja sempre recomendou: a oração mental, as jaculatórias e orações vocais, principalmente o Terço, o oferecimento de pequenos sacrifícios, o cuidado no exame de consciência, o trabalho bem acabado na presença de Deus.

A vida interior – ensinava o nosso Padre – não é sentimento. Quando vemos com clareza que vale a pena gastar-se um dia e outro, um mês e outro mês, e outro ano, e a vida inteira, porque o Amor no Céu nos aguarda depois, que grande luz recebemos! É preciso guardar tudo isso, filhos da minha alma. Fazer na nossa alma como que uma barragem que recolha todas essas graças de Deus: a clareza, a luz, a doçura da entrega. E quando chegar a noite, a escuridão, a amargura, havemos de nos lançar no meio das águas limpas da graça do Senhor. Mesmo que nesse momento esteja cego, vejo; mesmo que esteja seco, sei-me regado pelas águas que saem do Coração de Cristo até à vida eterna. E então, meus filhos, perseveraremos na luta [8].

Estaremos assim em condições de ajudar outros, para que também caminhem de forma expedita pelas sendas da fé. Com efeito, a fé não só olha para Jesus, mas olha também a partir da perspetiva de Jesus e com os Seus olhos: é uma participação na Seu maneira de ver [9]. E o Senhor tinha olhos para cada pessoa singularmente considerada e para a multidão no seu conjunto. Por cada um e por todos desceu a este nosso mundo, e por todos e por cada um prossegue a Sua obra salvadora. A nossa missão concretiza-se assim em pôr em contacto com Jesus quantas pessoas encontrarmos no caminho da nossa existência, começando pelas mais próximas. Assim fizeram os primeiros cristãos, que conseguiram a conversão do mundo pagão.

[7]. PAPA FRANCISCO, Carta enc. Lumen fídei, 29-VI-2013, n. 46.
[8]. S. JOSEMARIA, Notas de uma reunião familiar, 17-II-1974.
[9]. PAPA FRANCISCO, Carta enc. Lumen fídei, 29-VI-2013, n. 18.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de dezembro de 2013)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

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