E, já agora, porque não existe nenhuma lei católica que obrigue as senhoras Forcades, e quejandas, a darem os seus rins a quem os não tem?!
Há aparências que iludem: pela fotografia até parece que se trata de uma beneditina, mas quem oiça ou leia Teresa Forcades logo conclui que não é religiosa nenhuma porque, como a seu propósito recentemente escreveu D. Nuno Brás, "não tem o direito de afirmar que as suas opiniões individuais fazem parte da fé".
A erupção esporádica deste tipo de vedetas pseudoteológicas não é novidade. Já S. Pedro advertira os primeiros cristãos para este perigo: "Assim como no povo de Israel houve falsos profetas, do mesmo modo haverá entre vós falsos doutores." S. Judas, o apóstolo homónimo do traidor, chama-lhes "estrelas errantes", "nuvens sem água, que os ventos levam de uma parte para a outra, árvores de fim de Outono". São - no dizer do citado bispo auxiliar de Lisboa - corredores solitários que, "seduzidos pela exposição mediática, que sempre acarinhou estas 'originalidades'", "gostam de se ver ao espelho".
Desta feita, a estrela errante, que os ventos outonais trouxeram a Lisboa, faz o pleno das heresias da moda: é favorável ao "aborto, aceita o casamento gay, a adopção por parte destes casais (e) defende o acesso das mulheres ao sacerdócio" ("Público", 19.11.2013). É autora de "uma tese sobre medicinas alternativas" e escreveu um livro, cujo título policial é empolgante: "Crimes das Grandes Companhias Farmacêuticas". Pelos vistos, Teresa Forcades, que despenaliza o aborto, criminaliza a venda de pílulas, excepto a do dia seguinte.
Ainda tem fôlego para a política, como activista de um movimento independentista e anticapitalista da Catalunha. Recebeu o dom da ubiquidade, pois "vive no Mosteiro de S. Benet de Montserrat, perto de Barcelona" e consegue, ao mesmo tempo, "estar em Berlim a dar aulas de Teologia".
Em relação ao aborto, afirma que "o conflito entre o direito à vida e a autodeterminação do próprio corpo é um tema complexo". Apesar dos seus estudos clínicos, ignora que o feto, ou embrião, não é parte do corpo da progenitora. Desconhece, por isso, que nenhuma decisão da mesma em relação ao seu corpo pode afectar o que, embora nele gerado e presente, com ele não se confunde, por ser outro corpo, outra pessoa.
Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in 'i' online AQUI
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