Três em cada quatro belgas concordam que a lei da eutanásia naquele país passe a abranger crianças com doenças terminais, incluindo as que não possam dar consentimento.
O inquérito levado a cabo pela La Libre-RTBF conclui que 38% dos belgas é completamente a favor de uma nova lei, que está a ser discutida pelo Parlamento e que prevê a possibilidade de pôr fim à vida de crianças com doenças terminais, ou que se encontrem em coma, sem a necessidade do seu consentimento. O inquérito não especifica se seria ou não necessário o consentimento dos pais.
A estes 38% acrescem 36%, que são “bastante favoráveis” à alteração da lei neste sentido, para um total de 74%, que vê com bons olhos as alterações.
Do lado contrário apenas 6% são completamente contra a alteração em causa.
A lei belga permite a eutanásia de adultos que sofram de doenças, desde que a consintam. Mas o critério do que constitui doença que permita a eutanásia é polémico e pode incluir “sofrimento psicológico insuportável”, como no caso de dois irmãos gémeos surdos que pediram para serem mortos quando souberam que corriam o risco de ficar cegos ou o caso que tem feito notícia ao longo dos últimos dias, de uma mulher de 44 anos que foi submetida a uma operação para mudança de sexo que correu mal.
Foi o mesmo médico que aceitou eutanasiar ambos os casos, mesmo depois de os hospitais locais terem recusado a justificação.
Mas, no que diz respeito a adultos, a lei também pode vir a ser alterada. A nova proposta antevê a possibilidade de eutanasiar pessoas que sofram de demência, como Alzheimer, mesmo que a doença tenha chegado a um ponto em que não é possível dar consentimento. Também aqui as margens de aprovação popular, segundo a mesma sondagem, são altíssimas, chegando aos 79%.
Actualmente, na Europa, a eutanásia apenas é legal na Bélgica, na Holanda e no Luxemburgo. Mas, há outros países que discutem a sua aprovação, como, por exemplo, França.
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