Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 2 de junho de 2013

O bispo na paróquia

Também para o Papa Francisco a primeira visita a uma paróquia da diocese de Roma foi uma surpresa. Não tanto pelo caloroso acolhimento ou pelos gestos do bispo de Roma, quanto pela naturalidade com a qual se desenrolou o encontro com os paroquianos de Santa Isabel e Zacarias. O modo de ser do Pontífice que veio quase "do fim do mundo" e o afecto crescente que muitíssimas pessoas lhe estão a manifestar já são conhecidos por todos, graças sobretudo às audiências e às missas matutinas celebradas quase todos os dias a partir da eleição.

Mas na paróquia romana na extrema periferia setentrional da cidade foi diferente. E compreendeu-se isto imediatamente pela saudação do pároco, um jovem sacerdote romano originário da Roménia. Palavras simples que devido à sua autenticidade atraíram o Papa Francisco, o seu bispo, e o induziram a renunciar ao discurso, que tinha preparado, improvisando outro de eficácia extraordinária, em diálogo com as crianças que estavam para receber ou tinham recebido de recente a primeira comunhão.

Na festa da Trindade, partindo de uma menção do pároco ao episódio evangélico de Maria que apressadamente vai visitar a parente Isabel, titular com Zacarias da paróquia, o Pontífice disse que seria bom invocá-la nas ladaínhas como "Senhora que vai apressada". Este modo, que capturou a atenção porque muito directo, o bispo de Roma explicou a presença da Virgem, solícita e amorosa como a de uma mãe, na vida diária de quem a invoca. E precisamente sobre o ser cristão - coração da homilia - o Pontífice falou do ponto de vista da Trindade, se assim nos podemos expressar, e com a ajuda das crianças. Foi assim estabelecido um diálogo inesperado entre o Papa e as crianças que dali a pouco, das suas mãos, iriam receber a primeira comunhão. E às perguntas improvisadas meninas e meninos, preparados com afecto pelas suas óptimas catequistas, souberam responder muito bem, graças também à sábia afabilidade do bispo de Roma que visitou aquela paróquia. Deste modo, o pensamento dirigiu-se para o mês, muito breve, do pontificado de João Paulo I, com os simples e encantadores diálogos que tinha iniciado durante as audiências gerais interrogando um menino de coro, segundo um costume que Albino Luciani já praticava durante o seu episcopado. E além das recordações, na memória histórica aflora o exemplo mais distante de Pio XI, com as audiências durante as quais se prolongava, de manhã ou à tarde, para poder saudar e abençoar pessoalmente todos os presentes, ou há um século as lições de catecismo que Pio X dava no pátio de São Dâmaso aos fiéis das paróquias romanas.

Juntamente com o cardeal vigário, ajudado pelos bispos auxiliares, o bispo de Roma - que é o título papal mais tradicional e autêntico juntamente com o de "servo dos servos de Deus" - iniciou as visitas às suas paróquias. E a primeira visitada foi singularmente a que pode ser definida a última pela sua distância geográfica do centro. Como um sinal que torna explícita a atenção do Papa Francisco pelas periferias, geográficas e sobretudo espirituais. Das quais, como a sentinela descrita pela profeta, se compreende melhor a realidade.

GIOVANNI MARIA VIAN - Diretor

(© L'Osservatore Romano - 2 de Junho de 2013)

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