Apesar do que dizem certos teólogos superficiais, o Demónio é, para a fé cristã, uma presença misteriosa, mas real, pessoal, não-simbólica.
É uma realidade poderosa, 'o Príncipe deste mundo', como lhe chama o Novo Testamento, que por mais de uma vez recorda a sua existência; é uma liberdade maléfica e sobre-humana, oposta à de Deus, como mostra uma leitura realista da história, com o seu abismo de atrocidades sempre renovadas e não explicáveis apenas pelo homem.
O homem, sozinho, não tem força para se opor a Satanás, que não é um outro deus. Unidos a Jesus, temos a certeza de vencê-lo. Cristo é o 'Deus próximo' que tem força e vontade de nos libertar: por isso o Evangelho é realmente 'boa nova'.
E por isso devemos continuar a anunciá-lo àqueles regimes de terror que são, muitas vezes, as religiões não-cristãs.
Direi mais: a cultura ateia do Ocidente moderno sobrevive graças à libertação do medo dos demónios trazida pelo cristianismo.
Direi mais: a cultura ateia do Ocidente moderno sobrevive graças à libertação do medo dos demónios trazida pelo cristianismo.
Mas, se esta luz redentora do Cristo se extinguisse, embora com toda a sua sabedoria e com toda a sua tecnologia, o mundo recairia no terror e no desespero.
Já existem sinais desse retorno às forças obscuras, enquanto crescem no mundo secularizado os cultos satânicos.
Cardeal Joseph Ratzinger
1985
"Diálogos sobre a fé", Verbo
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