Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja «Lumen gentium», § 32
A distinção que o Senhor estabeleceu entre os ministros sagrados e o restante Povo de Deus contribui para a união, já que os pastores e os demais fiéis estão ligados uns aos outros por uma vinculação comum: os pastores da Igreja, imitando o exemplo do Senhor, prestem serviço uns aos outros e aos fiéis: e estes dêem alegremente a sua colaboração aos pastores e mestres. Deste modo, todos testemunham, na variedade, a admirável unidade do Corpo místico de Cristo: a própria diversidade de graças, ministérios e actividades consagra em unidade os filhos de Deus, porque «um só e o mesmo é o Espírito que opera todas estas coisas» (1 Cor. 12,11).
Os leigos, portanto, do mesmo modo que, por divina condescendência, têm por irmão a Cristo, o Qual, apesar de ser Senhor de todos, não veio para ser servido mas para servir (Cf. Mt. 20,28), de igual modo têm por irmãos aqueles que, uma vez estabelecidos no sagrado ministério, apascentam a família de Deus ensinando, santificando e governando com a autoridade de Cristo, de modo que o mandamento da caridade seja por todos observado. A este respeito diz belissimamente Santo Agostinho: «Aterra-me o ser para vós, mas consola-me o estar convosco. Sou para vós como bispo; estou convosco como cristão. Nome de ofício, o primeiro; de graça, o segundo; aquele, de risco; este, de salvação».
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