Cúria romana, divisões, vatileaks

"[A Cúria] vejo-a e vivo-a como um organismo de serviço, um organismo que me ajuda e me protege. Às vezes chegam notícias não boas, frequentemente amplificadas e mesmo manipuladas com escândalo. Os jornalistas às vezes correm o risco de descair para a coprofilia e assim fomentar a coprofagia: o pecado que acusa todos os homens e todas as mulheres, que olha sempre para as coisas negativas e não para as positivas. A cúria romana tem defeitos, mas parece-me que se sobrevaloriza o mal e subvaloriza a santidade de muitíssimas pessoas, consagrados e leigos, que aí trabalham".
"(...) [É preciso] olhar para a Igreja santa e pecadora, olhar para certas faltas e certos pecados sem perder de vista a santidade de tantos homens e tantas mulheres que actuam hoje na Igreja. Não devo escandalizar-me, porque a Igreja é minha mãe: devo olhar para os pecados e para as faltas como olharia para os pecados e para as faltas da minha mamã. E quando me lembro dela, lembro-me sobretudo de muitas coisas belas e boas que fez, não tanto das faltas ou dos defeitos. Defende-se a mãe com o coração cheio
de amor, antes de a defender com a palavra. Pergunto-me se no coração de muitos que entram nesta dinâmica dos escândalos se há amor pela Igreja".

(Cardeal Jorge Mario Borgoglio em entrevista ao 'La Stampa')