Bento XVI recordou aos cardeais que estes participam agora do governo da Igreja universal, pela qual devem estar dispostos a dar a própria vida.
O Papa aproveitou a sua alocução no Consistório de hoje para alertar os novos cardeais para os perigos de não abandonarem a lógica mundana do poder e da glória, abraçando a do Evangelho.
Para este efeito, Bento XVI recorreu ao episódio bíblico em que dois dos apóstolos, Tiago e João, perguntam a Jesus se, quando chegar a sua glória, se podem sentar “um à tua direita e outro à tua esquerda”. Perante este pedido os outros dez apóstolos indignam-se.
Segundo o Papa este episódio demonstra como nenhum dos apóstolos compreendia a “lógica da vida que Jesus testemunha”. “Indignam-se porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória”, remata Bento XVI.
Antes, o Papa dirigiu-se aos novos cardeais que hoje foram criados no Consistório em Roma, explicando as responsabilidades que acompanham o seu novo cargo: “serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.”
A referência ao “Príncipe dos Apóstolos” diz respeito a São Pedro, que foi martirizado pela sua fé em Cristo e de quem o Papa é sucessor.
Durante a cerimónia os novos cardeais receberam os seus títulos de bispos, padres ou diáconos de diferentes igrejas da diocese de Roma. Apesar de hoje serem sobretudo simbólicos, estes cargos têm um significado particular: “através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal”, referiu Bento XVI.
O Papa entregou também aos novos cardeais o seu barrete, cuja cor, igual ao das vestes dos cardeais, está carregada de simbolismo: “Aos novos Cardeais, é confiado o serviço do amor: amor a Deus, amor à sua Igreja, amor aos irmãos com dedicação absoluta e incondicional – se for necessário – até ao derramamento do sangue, como diz a fórmula para a imposição do barrete cardinalício e como indica a cor vermelha das vestes que trazem.”
Por fim, os novos cardeais recebem também um anel. O desenho do anel pode mudar de consistório para consistório e neste caso inclui a imagem dos apóstolos Pedro e Paulo e, no centro, uma estrela que representa Nossa Senhora. “Trazendo este anel, sois convidados diariamente a recordar o testemunho de Cristo que os dois Apóstolos deram até ao seu martírio aqui em Roma, tornando assim fecunda a Igreja com o seu sangue. Por sua vez a evocação da Virgem Maria constituirá para vós um convite incessante a seguir Aquela que permaneceu firme na fé e serva humilde do Senhor”.
As palavras do Papa contra a “lógica do poder e da glória” chegam aos ouvidos dos cardeais numa altura em que o Vaticano tem sido abalado pela revelação de documentos privados que, segundo alguns analistas, reflectem disputas de poder entre membros da Curia Romana, muitos dos quais são cardeais.
A confirmar-se, este facto dá um sentido ainda mais urgente às palavras de Bento XVI no consistório de hoje: “Domínio e serviço, egoísmo e altruísmo, posse e dom, lucro e gratuidade: estas lógicas, profundamente contrastantes, defrontam-se em todo o tempo e lugar. Que a vossa missão na Igreja e no mundo se situe sempre e só ‘em Cristo’ e corresponda à sua lógica e não à do mundo, sendo iluminada pela fé e animada pela caridade que nos vem da Cruz gloriosa do Senhor”, pediu o Papa.
Para este efeito, Bento XVI recorreu ao episódio bíblico em que dois dos apóstolos, Tiago e João, perguntam a Jesus se, quando chegar a sua glória, se podem sentar “um à tua direita e outro à tua esquerda”. Perante este pedido os outros dez apóstolos indignam-se.
Segundo o Papa este episódio demonstra como nenhum dos apóstolos compreendia a “lógica da vida que Jesus testemunha”. “Indignam-se porque não é fácil entrar na lógica do Evangelho, deixando a do poder e da glória”, remata Bento XVI.
Antes, o Papa dirigiu-se aos novos cardeais que hoje foram criados no Consistório em Roma, explicando as responsabilidades que acompanham o seu novo cargo: “serão chamados a analisar e avaliar os casos, os problemas e os critérios pastorais que dizem respeito à missão da Igreja inteira. Nesta delicada tarefa, servir-lhes-á de exemplo e ajuda o testemunho de fé prestado pelo Príncipe dos Apóstolos, com a sua vida e morte, pois, por amor de Cristo, deu-se inteiramente até ao sacrifício extremo.”
A referência ao “Príncipe dos Apóstolos” diz respeito a São Pedro, que foi martirizado pela sua fé em Cristo e de quem o Papa é sucessor.
Durante a cerimónia os novos cardeais receberam os seus títulos de bispos, padres ou diáconos de diferentes igrejas da diocese de Roma. Apesar de hoje serem sobretudo simbólicos, estes cargos têm um significado particular: “através da atribuição do título duma igreja desta Cidade [de Roma] ou duma diocese suburbicária, os novos Cardeais ficam, para todos os efeitos, inseridos na Igreja de Roma guiada pelo Sucessor de Pedro, para cooperar estreitamente com ele no governo da Igreja universal”, referiu Bento XVI.
O Papa entregou também aos novos cardeais o seu barrete, cuja cor, igual ao das vestes dos cardeais, está carregada de simbolismo: “Aos novos Cardeais, é confiado o serviço do amor: amor a Deus, amor à sua Igreja, amor aos irmãos com dedicação absoluta e incondicional – se for necessário – até ao derramamento do sangue, como diz a fórmula para a imposição do barrete cardinalício e como indica a cor vermelha das vestes que trazem.”
Por fim, os novos cardeais recebem também um anel. O desenho do anel pode mudar de consistório para consistório e neste caso inclui a imagem dos apóstolos Pedro e Paulo e, no centro, uma estrela que representa Nossa Senhora. “Trazendo este anel, sois convidados diariamente a recordar o testemunho de Cristo que os dois Apóstolos deram até ao seu martírio aqui em Roma, tornando assim fecunda a Igreja com o seu sangue. Por sua vez a evocação da Virgem Maria constituirá para vós um convite incessante a seguir Aquela que permaneceu firme na fé e serva humilde do Senhor”.
As palavras do Papa contra a “lógica do poder e da glória” chegam aos ouvidos dos cardeais numa altura em que o Vaticano tem sido abalado pela revelação de documentos privados que, segundo alguns analistas, reflectem disputas de poder entre membros da Curia Romana, muitos dos quais são cardeais.
A confirmar-se, este facto dá um sentido ainda mais urgente às palavras de Bento XVI no consistório de hoje: “Domínio e serviço, egoísmo e altruísmo, posse e dom, lucro e gratuidade: estas lógicas, profundamente contrastantes, defrontam-se em todo o tempo e lugar. Que a vossa missão na Igreja e no mundo se situe sempre e só ‘em Cristo’ e corresponda à sua lógica e não à do mundo, sendo iluminada pela fé e animada pela caridade que nos vem da Cruz gloriosa do Senhor”, pediu o Papa.
Rádio Renascença
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