«: … o ser humano em devir (de novo ao contrário do animal) depende tão profundamente do seu “estar-com” outros seres humanos que só através desse próximo, normalmente a mãe, desperta para a sua auto-consciência. No sorriso desvela-se-lhe o facto de haver um mundo em que ele é recebido, em que é bem-vindo, e, nesta experiência primordial, pela primeira vez, toma consciência de si próprio. Este acontecimento fundamente de toda a existência humana, cujo alcance só no nosso tempo passou a ser apreciado como merece, acompanha as restantes funções do crescimento e da educação: a alimentação e o cuidado da criança, a sua introdução no mundo e respectiva tradição histórica. Muito antes da aprendizagem da fala se desenvolve um diálogo sem palavras entre mãe e filho na base do “estar-com-os-outros” (Mitsein) constitutivo para cada ser humano consciente.
Isto diz, pois, que também Jesus deve principalmente a sua mãe a sua autoconsciência humana, se não quisermos admitir que, como criança prodígio sobrenatural, ele não devesse essa consciência a ninguém. Mas isso seria pôr em causa a sua humanidade verdadeira»
(Hans Urs von Balthasar in ‘Maria primeira Igreja’ – Joseph Ratzinger e Hans Urs von Balthasar)
Desculpem-me o atrevimento, mas releiam o trecho de Mons. Von Balthasar e reparem como as palavras aparentemente mais simples, são de uma profundidade que nos convidam à reflexão mais aprofundada e daí a um maior amor, neste caso à nossa Mãe a Virgem Santíssima e chegando através dela a Jesus Cristo Nosso Senhor.
JPR
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