Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Barioná

O chefe da aldeia considerava-se “o Senhor da vida e da morte" até que o rei Baltazar o convidou a caminhar na esperança. A história - transformada em peça e que pode ver no Teatro da Trindade, em Lisboa - leva-nos a reflectir sobre como podemos ficar bloqueados nas preocupações do instante e duvidarmos que somos feitos de esperança.

Barioná, o chefe da aldeia, era um homem recto e justo. Entrincheirado nas suas razões, considerava-se “o Senhor da vida e da morte”. Proclamava que “Deus nada pode contra a liberdade do homem” e, assim, gradualmente, foi endurecendo o seu coração contra tudo e contra todos, com a promessa de que “nunca dobraria o joelho diante de ninguém”. 

Só que, imprevisível, um grande Acontecimento irrompe pela sua vida. E, quando, pela aldeia, a caminho de Belém, passam os Reis Magos, um deles diz-lhe: 
“Tu sofres e, no entanto, o teu dever de homem é esperar. (...) Porque o homem é sempre muito mais do que aquilo que é”. 

O rei Baltazar confronta Barioná e convida-o a caminhar na esperança, sob pena de ficar a “ruminar o instante fugaz, olhar para o seu umbigo de forma rancorosa, arrancar do seu tempo o futuro e encerrá-lo ao redor do presente”. 

Sobre o percurso de liberdade de Barioná, convido-vos a ir ver esta peça de Sartre – com o mesmo nome – que ontem estreou, em Lisboa, no Teatro da Trindade. Mas, no fundo, não é só Barioná: também nós podemos ficar bloqueados na medida do instante e, aflitos com as preocupações do presente, duvidarmos que somos feitos de esperança, capazes de estabelecer um nexo com o Todo que dá sentido à existência.

Aura Miguel in Rádio Renascença

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