Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A Injustiça da Eutanásia

“Não darei veneno a ninguém, mesmo que mo peça, nem lhe sugerirei essa possibilidade.” (Juramento de Hipócrates)

Muitas pessoas encaram a vida de uma forma tristemente vazia, chocantemente pobre e desagradavelmente rasteira. Olham para a vida de forma utilitária, com base apenas em critérios económicos: se alguém não é útil, não é produtivo, então não tem razão de ser. E quem mais culpar por isto do que a própria sociedade? Foi ela mesma que, desde que somos pequenos, nos ensinou a olhar para os inúteis de forma desaprovadora e a tratá-los como sapatos rotos, sem qualquer uso, ou como camisolas remendada vezes sem conta e que apenas resta deitar fora. Mas o problema da eutanásia não reside apenas em se temos direito e liberdade ou não para escolher o nosso destino ou pedir que o escolham por nós. Reside também em se há o direito ou não de por termo à vida de muitos, pois estes são vistos como fardos para a economia do país e são já, do ponto de vista económico e social, inúteis. …

A eutanásia é um tema de grande extensão e que envolve várias outras questões, pondo em causa vários princípios e valores morais. Mas podemos reduzir o principal a duas grandes questões: Temos o direito e liberdade para decidirmos o nosso próprio destino, o destino de uma vida que não surgiu pela nossa vontade?; e Será justo eliminar vidas apenas porque são socialmente e economicamente inúteis, para além de representarem um fardo para a sociedade? Ambas as perguntas podem ter inúmeras interpretações e respostas, umas mais aceites, outras menos.

Ninguém tem o poder de controlar a vida, ninguém tem o direito de decidir quando esta termina e ninguém tem a liberdade de escolher o seu destino e o dos outros. Se não fomos nós que a criámos, seremos livres o suficiente para a terminar? A resposta é simplesmente não e não por diversas razões. A vida é um dom e deveria ser aceite como tal e aproveitada ao máximo. Todos os problemas que encaramos no nosso dia-a-dia são meros obstáculos no nosso caminho e apenas estão lá para nos fazerem ir e procurar mais longe e para nos motivarem a seguir em frente. Devemos enfrenta-los como desafios na longa caminhada da vida e da busca do seu sentido e não como sinais de stop que nos impedem de ir mais longe e que nos obrigam a ficar pelo caminho. A verdade é que não fomos nós que criámos a nossa vida, não fomos nós que escolhemos as circunstâncias em que nascemos, a cor do nosso cabelo e dos nossos olhos, a nossa altura e o nosso peso. Somos assim porque foi assim que Deus nos criou e porque foram estas as circunstâncias que escolheu para construirmos a nossa vida. Não temos o direito de interferir no destino, escolhendo se queremos continuar a viver ou não nas condições que nos são proporcionadas. Cada vida é um milagre, um dom, uma maravilha da natureza. Todos somos diferentes, temos deficiências, defeitos, imperfeições, vícios, desejos, sonhos, esperanças. E é tudo isto que nos torna únicos e especiais e apesar de tudo isto, todos somos iguais e temos o mesmo direito à vida. Somos todos diferentes, mas todos iguais. …

Rita Serras Pereira (em 2009 quando tinha 16 anos)

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