Também na Igreja há um pluralismo teológico; mas também nela existem o certo e o errado, a verdade e o seu avesso. Daí a necessária fidelidade às três vertentes da doutrina católica: a Revelação, o Magistério e a Tradição.
Vivemos numa época em que a negação de verdades é vista como um serviço à liberdade e evidência de sensatez; afirmá-las, ao contrário, é dar sinais de prepotência intelectual. “Tudo é relativo”, proclama-se, enquanto se anuncia que a experiência individual (individualismo) ou comunitária (coletivismo) são as únicas (e portanto variáveis) fontes do conhecimento. Com isso, valoriza-se o palpite: “Aqui, você, ou vocês, decidem (legitimamente) sobre tudo!”.
Vamos por partes. Quem diz que tudo é relativo afirma o relativismo como uma verdade; ora, se tudo for relativo também essa “verdade” será relativa e a própria frase destrói o que pretende ensinar, a menos que admitamos o relativismo como a única verdade não-relativa (coisa que a vida se encarrega de desmentir). Por outro lado, na ausência da verdade tudo se desorienta porque ela é o norte em relação ao qual a liberdade se exerce. A crise dos valores morais, o mau uso dos valores materiais e a decadência ética são sintomas desse mesmo engano.
A própria Igreja não está isenta à influência do relativismo e não são poucos os que dão mais valor ao que as pessoas acham do que ao Espírito Santo. Aqui é preciso distinguir algumas coisas e penso que a analogia com certas áreas de conhecimento revela-se útil para a compreensão. Verificam-se diferentes entendimentos, por exemplo, entre correntes médicas ou de engenharia, e há adeptos para todas as tendências que se possa conceber. Mas existe o erro objetivo: a receita errada, a fórmula errada, o cálculo errado.
Também na Igreja há um pluralismo teológico; mas também nela existem o certo e o errado, a verdade e o seu avesso. Daí a necessária fidelidade às três vertentes da doutrina católica: a Revelação, o Magistério e a Tradição. Como ouvi certa vez, Revelação nada tem a ver com fotografia, Magistério nada a ver com Cpers e Tradição nada a ver com CTG. As três legítimas e sagradas fontes - Revelação, Magistério e Tradição - são complementares entre si e situam-se fora do alcance dos palpiteiros de toda ordem.
Assim como Deus ao entregar as tábuas da Lei a Moisés não pediu lhe a opinião nem lhe recomendou que a submetesse a uma assembleia do povo para colher palpites e emendas, assim também a sã doutrina, religiosa, moral e social, não se legitima fora de suas adequadas origens.
Percival Puggina
Vivemos numa época em que a negação de verdades é vista como um serviço à liberdade e evidência de sensatez; afirmá-las, ao contrário, é dar sinais de prepotência intelectual. “Tudo é relativo”, proclama-se, enquanto se anuncia que a experiência individual (individualismo) ou comunitária (coletivismo) são as únicas (e portanto variáveis) fontes do conhecimento. Com isso, valoriza-se o palpite: “Aqui, você, ou vocês, decidem (legitimamente) sobre tudo!”.
Vamos por partes. Quem diz que tudo é relativo afirma o relativismo como uma verdade; ora, se tudo for relativo também essa “verdade” será relativa e a própria frase destrói o que pretende ensinar, a menos que admitamos o relativismo como a única verdade não-relativa (coisa que a vida se encarrega de desmentir). Por outro lado, na ausência da verdade tudo se desorienta porque ela é o norte em relação ao qual a liberdade se exerce. A crise dos valores morais, o mau uso dos valores materiais e a decadência ética são sintomas desse mesmo engano.
A própria Igreja não está isenta à influência do relativismo e não são poucos os que dão mais valor ao que as pessoas acham do que ao Espírito Santo. Aqui é preciso distinguir algumas coisas e penso que a analogia com certas áreas de conhecimento revela-se útil para a compreensão. Verificam-se diferentes entendimentos, por exemplo, entre correntes médicas ou de engenharia, e há adeptos para todas as tendências que se possa conceber. Mas existe o erro objetivo: a receita errada, a fórmula errada, o cálculo errado.
Também na Igreja há um pluralismo teológico; mas também nela existem o certo e o errado, a verdade e o seu avesso. Daí a necessária fidelidade às três vertentes da doutrina católica: a Revelação, o Magistério e a Tradição. Como ouvi certa vez, Revelação nada tem a ver com fotografia, Magistério nada a ver com Cpers e Tradição nada a ver com CTG. As três legítimas e sagradas fontes - Revelação, Magistério e Tradição - são complementares entre si e situam-se fora do alcance dos palpiteiros de toda ordem.
Assim como Deus ao entregar as tábuas da Lei a Moisés não pediu lhe a opinião nem lhe recomendou que a submetesse a uma assembleia do povo para colher palpites e emendas, assim também a sã doutrina, religiosa, moral e social, não se legitima fora de suas adequadas origens.
Percival Puggina
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