Coríntios (2)
Questão delicada era então a legalidade ou não de comer a carne de animais sacrificados aos ídolos, que era vendida sem mais advertências no mercado. São Paulo recomenda-lhes que não criem por isso problemas de consciência, mas ao mesmo tempo evitem qualquer escândalo (caps. 8-10). Entre os temas maiores da Epístola estão a doutrina sobre a Eucaristia – a sua instituição na Última Ceia, a presença real de Cristo nas espécies eucarísticas e a disciplina que deve observar-se na sua celebração, assim como nas refeições fraternas ou ágapes que acompanham a Eucaristia (cap. 11) – e sobre a Ressurreição de Cristo e dos mortos (cap. 15). Entre o tratamento da Eucaristia e o da Ressurreição, o Apóstolo dá uma série de instruções acerca do discernimento e ordenação dos muitos carismas que o Espírito Santo – como dissemos – concedia à Igreja de Corinto.
Na segunda Epístola, fazendo a defesa da sua autoridade, traça as linhas mestras do ofício de Apóstolo, ao qual ele foi chamado directamente por Cristo e incorporado nos Doze. Nessas páginas mostra-se o coração de São Paulo, o amor pelos seus filhos na fé e a fortaleza do seu espírito e o sentido de responsabilidade que lhe exige a sua vocação. Como indicámos na cronologia da vida de São Paulo, pode dar-se por certo que o Apóstolo a escreveu no Outono de 57, em alguma cidade da Macedónia, pouco tempo (algo mais de um mês) antes da sua nova estada na cidade dos dois portos, que teria efectuado no Inverno do ano 57 ao ano 58.
(Bíblia Sagrada anotada pela Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra – Volume II, edição em língua portuguesa – Edições Theologica – Braga – As Epístolas de São Paulo – pág. 438-439)
Continua
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