Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 7 de maio de 2011

A fé de Pedro (Editorial)

Nos últimos sessenta anos foram três as cerimónias para a beatificação de um Romano Pontífice. De facto foram elevados às honras dos altares em 1951 Pio X (canonizado logo após três anos), em 1956 Inocêncio XI, e em 2000, juntos, Pio IX e João XXIII. Uma novidade histórica, por causa de uma intensificação hagiográfica que nunca antes se tinha verificado na Igreja de Roma e para a qual eventuais precedentes, aliás muito diversos, se encontram em idade tardio-antiga e depois na Idade Média, não por acaso em relação a Papas reformadores como Leão IX e Gregório VII.

E é preciso remontar precisamente à segunda metade do século XI para encontrar o reconhecimento da santidade de um Pontífice por parte do seu imediato sucessor. Como aconteceu com a solene beatificação - um acontecimento único, num cenário global - de João Paulo II. Unicamente seis anos depois da morte, aquela morte que ainda está no coração de milhões de pessoas crentes e não crentes, como aconteceu com a agonia de João XXIII.

O que explica a unicidade desta beatificação e o interesse que suscitou no mundo não foram contudo apenas a excepcionalidade da decisão papal - "no devido respeito" das normas mas ao mesmo tempo "com discreta rapidez", explicou Bento XVI - e a proximidade temporal ao longuíssimo pontificado de Karol Wojtyla. Certamente tudo isto ajuda a explicar a afluência a Roma de um milhão e meio de pessoas e, em parte, o consenso quase geral com o qual a beatificação foi acolhida. Na superação maturada e convicta, ou num esquecimento apenas superficial e aparente, das críticas duríssimas às quais João Paulo II foi submetido durante o pontificado, tempos dramáticos e exaltantes que agora estão entregues à história.

Anos e obras dos quais já se começa a avaliar e a reconhecer historicamente a quão incisivas foram e a relevância, mencionadas por Bento XVI. De facto, o Papa disse que João Paulo II, herdeiro do Concílio Vaticano II e de Paulo VI, inverteu "com a força de um gigante - força que lhe vinha de Deus - uma tendência que podia parecer a do fechamento em relação a Cristo, único Senhor e salvador do mundo. Dando à Igreja uma orientação renovada: "Aquela carga de esperança que tinha sido cedida de certa forma ao marxismo e à ideologia do progresso, ele reivindicou-a legitimamente para o Cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica". Orientando-a para o futuro de Cristo, o único capaz de responder às expectativas do coração humano e ponto final da história.

Mas além da grandeza de um Papa - e da humanidade ainda maior do seu sucessor, que com comoção visível recordou João Paulo II - o que explica a unicidade da sua beatificação, foi sobretudo a dimensão da fé: a fé de Pedro, tal como foi descrita por Bento XVI. Entre o abanar de bandeiras e o repetir-se dos aplausos, entre lágrimas de alegria irrefreáveis e difundidas, num entusiasmo que depois da proclamação deixou lugar a um silêncio impressionante. Na oração a Deus diante do novo beato. Beato porque, como Maria e como Pedro, acreditou e se entregou ao Senhor.

GIOVANNI MARIA VIAN - Director

(© L'Osservatore Romano - 7 de Maio de 2011)

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