O bispo de Beja (D. António Vitalino Dantas) acredita que o «realismo da fé» pode ser «terapia gratuita» para tratar uma sociedade marcada pelo desespero e frustração.
“Tem de ser usada preventivamente e a longo prazo, pois a fé que move montanhas não é uma mezinha de desesperados, mas um dom, por um lado gratuito, mas por outro, alimentado com muito exercício” escreve D. António Vitalino, na sua habitual nota semanal.
Recentemente, o prelado participou numa acção intitulada “A vida vale”, que faz parte de um projecto da Fundação Odemira para combater a taxa de suicídios em Portugal.
O país tem a quarta maior taxa de suicídios da Europa, em grande medida, graças ao concelho de Odemira, na diocese de Beja.
“Não posso nem quero julgar, no entanto afirmei que a fé, a descoberta do sentido da vida e do próprio sofrimento podem contribuir para diminuir o número” sustenta o bispo bejense, para quem “há pouca clareza sobre o que é a vida humana, a sua origem, o seu sentido”.
“Quem vive apenas para o culto do corpo, rapidamente se verá confrontado com os seus limites” avisa D. António Vitalino, apontando para problemas que começam, muitas vezes, logo na infância.
O prelado mostra-se convencido de que “os valores religiosos, a fé como relação pessoal com Deus, mesmo que não seja a imagem de Deus dos Cristãos, contribuem para fortalecer os dinamismos positivos da vida”.
Por isso, propõe uma revisão profunda aos sistemas educativos, e apoiar as famílias que desejem educar os seus filhos “na base dos valores humanos, transcendentes, espirituais e religiosos”.
O bispo de Beja critica ainda a pouca importância que a língua materna, os valores familiares, as raízes da cultura, a filosofia, a consciência cívica e moral têm vindo a assumir, no processo educativo de crianças e jovens.
(Fonte: site Rádio Vaticano)
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