A viagem-relâmpago de Bento XVI a Espanha, de 6 a 7 de Novembro, fica para a história do pontificado como uma síntese das preocupações de Joseph Ratzinger sobre a Europa do século XXI, progressivamente afastada da fé em Deus.
Em Santiago de Compostela e Barcelona, o Papa deixou uma espécie de testamento espiritual a partir de dois locais altamente simbólicos: o Santuário galego - e os caminhos que até lá levam centenas de milhares de pessoas – e a basílica catalã da Sagrada Família, de Gaudí.
Vários temas uniram as sete intervenções em solo espanhol: peregrinação e descoberta de Deus, fé e laicismo, caridade e solidariedade, beleza e defesa dos valores transcendentes.
Para um primeiro balanço desta viagem o enviado da Rádio Vaticano Pacheco Gonçalves.
Várias imagens nos vêm ao espírito, com especial nitidez, no final desta segunda viagem, breve mas intensa, do Papa, em terras espanholas:
- a euforia dos jovens que o aclamaram, diante da catedral de Santiago, antes da missa de sábado, um entusiasmo genuíno, que imprimiu como que uma aceleração ao ritmo do programa, sem impedir que a celebração sucessiva pudesse decorrer com ordem e recolhimento;
- a qualidade e beleza dos cânticos das duas Eucaristias e o cuidado posto na liturgia;
- o impressionante espectáculo, de grandeza e harmonia, do templo da Sagrada Família, animado e como que transfigurado pela celebração inaugural ali realizada;
- e o ambiente familiar, de grande simplicidade, cheio de alegria, tão comovente e enternecedor, da visita final à Casa de acolhimento de portadores de deficiência, sobretudo crianças e jovens.
Tudo isto num crescendo, em que o Santo Padre teve ocasião de se ir sentindo cada vez mais “em casa”, acolhido e estimado, mas sobretudo com pessoas que possam porventura tomar em consideração as suas “palavras de paz e solidariedade, fraternidade e espiritualidade, cheias de esperança de que é possível um mundo melhor”, como disse o rei Juan Carlos no momento da despedida.
Não nos referimos nas crónicas destes dias às manifestações de oposição ao Papa, de que tanto falaram, mesmo fora de Itália, os meios de comunicação. Omissão que não pretendia ocultar os factos – normais e legítimos numa sociedade democrática – mas precisamente não desfigurar a realidade, dadas as dimensões reduzidas, circunscritas, de tais expressões de protesto. (vide s.f.f. nota abaixo de JPR)
Um facto que nos surpreendeu foi (digamos) a insistência com que nas duas cidades se sublinhavam as características da respectiva região – Galiza e Catalunha: as línguas, repetidamente usadas pelo próprio Papa, mas também a profusão de bandeiras e outras expressões da própria diversidade. Uma variedade vivida – pareceu-nos – numa contraposição recíproca, não isenta de tensões, agravadas aliás por todas as clivagens ideológicas e políticas que fracturam o país.
Mais relevo assumem assim as palavras de Bento XVI no voo inicial, convidando a que se promova mais o “encontro”, superando as formas de afrontamento exasperado, para se chegar a uma convivência serena e construtiva entre todos.
De Espanha, para a RV, Pacheco Gonçalves
(Fonte: site Rádio Vaticano)
Nota de JPR: o espectáculo indecoroso que as TV’s nos ofereceram dos manifestantes homossexuais, os quais além de serem o que assumem em público, no meu conceito de educação, antiquado dirão alguns, inegociáveis para mim e graças a Deus para muita gente, são, e não encontro outro adjectivo tão brando, ORDINÁRIOS.
Por estranho que vos pareça, quase que agradeço a exibição de tão despropositadas imagens, afinal o que são duas centenas de seres humanos mal-intencionados comparados com a excepcional beleza da Basílica da Sagrada Família que visitei faz amanhã 8 dias, isto para dizer, que o sentimento de repulsa pelas imagens exibidas só poderá funcionar contra os objectivos dos manifestantes, o contraste entre a beleza da Catedral de Santiago de Compostela, a obra-prima de Gaudí e a tranquilidade de Bento XVI é por demais evidente.
Obrigado, Perdão Ajuda-me
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