Foi no Pátio interior da residência estiva de Castelgandolfo, onde o Papa se encontro ainda em repouso, que teve lugar, também este domingo, ao meio dia, a oração mariana do Angelus. Dirigindo-se aos numerosos fiéis provenientes de várias partes do mundo, Bento XVI deteve-se sobre as leituras da missa deste domingo, em que São Lucas nos fala das “três parábolas da misericórdia”: a ovelha tresmalhada, a mulher que procura o dracma perdido, o regresso do filho pródigo. Parábolas que não se resumem a palavras, mas constituem a explicação do próprio ser e do agir de Jesus.
Com efeito - frisou o Papa - o pastor que encontra a ovelha perdida é o próprio Senhor que toma sobre si a Cruz da humanidade pecadora para a redimir.
Por outro lado, o filho pródigo que reconhece o seu desvio da rectidão e, arrependido, decide regressar à casa de seu pai pronto a confessar que pecou contra ele e contra o Céu, permite-nos conhecer – disse Bento XVI – o valor da peregrinação interior que ele efectuou, dando-se conta de que não era digno de ser chamado filho por seu pai. Mas o amor de Cristo não nos abandona e ele é acolhido com festa pelo pai.
Como não abrir então o nosso coração à certeza de que, mesmo sendo pecadores, somos amados por Deus? – Perguntou o Papa aos presentes a quem chamou de caros amigos. – E logo respondeu que Deus não se cansa nunca de vir ao nosso encontro, que é sempre Ele quem percorre primeiro o caminho que nos separa Dele. É um Deus que se desloca do trono do juízo para o trono da misericórdia, referiu o Papa, citando o livro do Êxodo e acrescentando que o arrependimento é a medida da fé e que graças a ele se retorna à Verdade.
Só a fé pode transformar o egoísmo em alegria e restabelecer as relações como o próximo e com Deus.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Só a fé pode transformar o egoísmo em alegria e restabelecer as relações como o próximo e com Deus.
(Fonte: site Radio Vaticana)
2 comentários:
«Na leitura do Evangelho que há pouco escutámos, São Lucas usa a figura do Bom Pastor para falar deste amor divino. O Bom Pastor é uma imagem querida a Jesus nos Evangelhos. Ao responder aos Fariseus que se lamentavam porque Ele recebia os pecadores, comendo com eles, o Senhor faz-lhes uma pergunta: Quem de vós, que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se perdeu, até a encontrar? «Ao encontrá-la, põe-na alegremente nos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: "Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha perdida"» (Lc 15, 4-6).
Esta parábola sublinha a alegria de Cristo e do nosso Pai celeste por todo o pecador que se arrepende. O amor de Deus é um amor que nos busca. É um amor salvífico. Este é o amor que encontramos no Coração de Jesus.»
João Paulo II – Excerto homilia em Saint Louis / E.U.A. no dia 27 de Janeiro de 1999
«Jesus narrou as três parábolas da misericórdia porque os fariseus e os escribas falavam mal d'Ele, vendo que se deixava aproximar dos pecadores e igualmente comia com eles (cf. Lc 15, 1-3). Portanto, Ele explicou, com a sua linguagem característica, que Deus não quer que se perca sequer um dos seus filhos e a sua alma transborda de alegria quando um pecador se converte. A verdadeira religião consiste portanto no entrar em sintonia com este Coração "rico de misericórdia", que nos pede para amar a todos, mesmo os distantes e os inimigos, imitando o Pai celeste que respeita a liberdade de cada um e atrai todos a si com a força invencível da sua fidelidade.»
Bento XVI – Excerto Angelus do dia 16 de Setembro de 2007
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