Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

domingo, 8 de agosto de 2010

"retrocesso civilizacional" ?, realmente expressão digna da ‘silly season’, isto para ser moderado

Em Portugal, as polémicas da silly season são iguaizinhas às do resto do ano. Veja-se, por exemplo, a fúria de nove (nove!) associações gay face à supressão de um beijo entre dois rapazes numa telenovela da TVI, cena filmada e não transmitida.

Embora as associações falem em "retrocesso civilizacional", a mim parece-me um avanço. Desde logo, porque a intromissão do activismo nas empresas privadas legitima a intromissão das empresas privadas no activismo. Assim, é perfeitamente aceitável que a TVI (ou quem calhar) comece a aliviar-se de uns palpites acerca da coreografia das paradas gay ou de juízos de valor so- bre o espectáculo que as mesmas constituem.

Porém, a principal consequência a retirar da polémica é óbvia: à medida que alcançam as suas reivindicações, as lutas pelos direitos civis acabam em caricaturas de si próprias. Em questão de décadas, o feminismo saltou da exigência do voto para a queima de sutiãs e o combate pela igualdade racial deslizou das conquistas justas para o folclore delinquente dos Panteras Negras e afins.

No caso dos homossexuais, as paradas do "orgulho" já eram sintoma da escassez de objectivos. Mas a consumação desses pináculos da modernidade que foram a legalização do casamento e, em breve, a legalização da adopção, indiciam que os activistas do ramo estão aqui, estão sem objectivo nenhum, excepto o de reclamar a expulsão da criança que chamou "maricas" ao colega da escola. Ou o de tentar censurar a crítica negativa ao último disco de Elton John.

Ou pior: quando uma associação cívica chega ao ponto de acompanhar os ‘Morangos com Açúcar’ à cata de ofensas, é altura de bater com a porta e pedir a dissolução. Vezes nove. Além do mais, ver telenovelas é demasiado efeminado até para os padrões em causa. Pobre causa.

Alberto Gonçalves

(Fonte: DN online, título da responsabilidade de JPR)

1 comentário:

Orlando Braga disse...

Eu não concordo com a ideia expressa no texto segundo a qual a agenda gayzista está sem objectivos. Exactamente por se pensar assim é que essa agenda política tem avançado. O tradicional paternalismo em relação a uma agenda política que é, em si mesma, imbuída de um proto-totalitarismo, vai continuar a dar maus resultados.