São Columbano (563-615), monge, fundador de mosteiros
Instrução 11, 1-4: PL 80, 250-252 (a partir da trad. Orval)
«De quem é esta imagem?»
Moisés escreveu na Lei: «Deus fez o homem à Sua imagem e semelhança» (Gn 1, 26). Peço-vos que considereis a importância desta afirmação: Deus, o omnipotente, o invisível, o incompreensível, o inestimável, ao formar o homem com o barro da terra, enobreceu-o com a imagem da Sua própria grandeza. O que têm em comum o homem e Deus, o barro e o espírito? Com efeito, «Deus é espírito» (Jo 4, 24). Foi, pois, uma grande prova de estima pelo homem ter-lhe Deus concedido a imagem da Sua eternidade e a semelhança da Sua própria vida. A grandeza do homem é a sua semelhança com Deus, desde que a conserve. [...]
Enquanto a alma fizer bom uso das virtudes nela semeadas, será semelhante a Deus. Deus ensinou-nos a remeter para Ele todas as virtudes que colocou em nós quando nos criou. Pede-nos, antes de mais, que amemos a Deus com todo o coração (Dt 6, 5), porque «Ele amou-nos primeiro» (1Jo 4, 10), amou-nos desde o começo, antes mesmo de existirmos. Amar a Deus é, pois, renovar em nós a Sua imagem. Ora, ama a Deus aquele que guarda os Seus mandamentos. [...]
Temos, pois, o dever de reflectir em honra do nosso Deus, do nosso Pai, a imagem inviolada da Sua santidade, porque Ele é santo e nos disse: «Sede santos como Eu sou santo» (Lv 11, 45); com amor, porque Ele é amor e João disse: «Deus é amor» (1Jo 4, 8); com ternura e em verdade, porque Deus é bom e verdadeiro. Não sejamos pintores de uma imagem infiel. [...] E, a fim de não introduzirmos em nós a imagem do orgulho, consintamos que Cristo pinte a Sua imagem em nós.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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