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sábado, 19 de junho de 2010
Bento XVI - O governo do Bispo só será pastoralmente proveitoso «se gozar do apoio duma boa credibilidade moral, que deriva da sua santidade de vida»
Bento XVI recebeu neste sábado no Vaticano 35 bispos que compõem o regional leste 2 da conferencia nacional dos bispos do Brasil, que esta semana concluíram a sua visita ad limina apostolorum.
No inicio do encontro o arcebispo de Belo Horizonte D. Walmor Oliveira de Azevedo num discurso de saudação ao Papa interpretou os sentimentos de homenagem dos bispos à Sé de Pedro e ilustrou os desafios e problemas que são objecto do seu empenho pastoral.
“Com desvelo de pastores, enfrentando os desafios de realidades complexas e plurais, na riqueza própria e na singularidade de cada uma das Igrejas Particulares, estamos empenhados em fortalecer nossa unidade, firmando nossa identidade eclesial e missionária no cuidado especial com os jovens, particularmente aqueles em situação de risco; empenhados em produzir e expandir uma comunicação que faça o anúncio do Evangelho pelos meios de comunicação social, chegando em cada casa, em cada canto, em cada coração, seduzindo a muitos, a todos para o seguimento de Jesus Cristo, na alegria de pertencer à nossa amada Igreja, servidora à luz dos valores do Evangelho no coração do mundo, na dinâmica das culturas, nas lógicas modernas para fecundá-las. A centralidade da Palavra de Deus empenha-nos em investimentos na leitura orante, para fecundar nossos planos pastorais e projectos evangelizadores, nossa vivência sacramental e nossa catequese; empenhados por uma formação consistente a todos nossos sacerdotes, religiosos e religiosas, evangelizadores, ministros, seminaristas, consagrados, aqueles que connosco trabalham em nossos centros de educação básica e superior, homens e mulheres, crianças, formadores de opinião e construtores da sociedade pluralista, no mundo do trabalho e da política. Estamos conscientes de quanto é urgente, desafiador e inadiável marcar a presença da Igreja nestes cenários, convictos como estamos de que ela é depositária do mandato do Senhor Jesus: «Ide, pois, fazer discípulos meus todas as nações...» (Mt 28, 19). Por isso, em sintonia com a Igreja Universal, particularmente com a Igreja da América Latina e do Caribe, conforme compromisso missionário assumido em Aparecida, fruto abençoado da V Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho, nós nos articulamos corajosa e colegialmente para sermos, de verdade e sempre, uma Igreja em estado permanente de missão.”
Aos bispos brasileiros do regional leste 2 Bento XVI recordou antes de mais a missão de ensinar com audácia a verdade que se deve crer e viver, apresentando-a de forma autentica, ajudando os fiéis confiados aos seus cuidados pastorais a descobrirem a alegria da fé, a alegria de serem pessoalmente amados por Deus.
“Como bem sabeis, crer consiste sobretudo em abandonar-se a este Deus que nos conhece e ama pessoalmente, aceitando a Verdade que Ele revelou em Jesus Cristo com a atitude que nos leva a ter confiança nele como revelador do Pai. Queridos irmãos, tende grande confiança na graça e sabei infundir esta confiança no vosso povo, para que a fé sempre seja guardada, defendida e transmitida na sua pureza e integridade”.
O Papa salientou depois que de todos os deveres do ministério do bispos o mais imperioso e importante é a responsabilidade pela celebração da Eucaristia competindo-lhes providenciar para que os fiéis tenham a possibilidade de aceder à mesa do Senhor sobretudo ao domingo que é o dia em que a Igreja – comunidade e família dos filhos de Deus – descobre a sua peculiar identidade cristã ao redor dos presbíteros» (João Paulo II, Exort. ap. Pastores gregis, 39).
“O múnus de santificar que recebestes impõe-vos ainda ser promotores e animadores da oração na cidade humana, frequentemente agitada, rumorosa e esquecida de Deus: deveis criar lugares e ocasiões de oração, onde no silêncio, na escuta de Deus, na oração pessoal e comunitária, o homem possa encontrar e fazer a experiência viva de Jesus Cristo que revela o rosto autêntico do Pai. É preciso que as paróquias e os santuários, os ambientes de educação e sofrimento, as famílias se tornem lugares de comunhão com o Senhor”.
Aos bispos o Santo Padre pediu depois que promovam a participação de todos os fiéis na edificação da Igreja governando com coração de servo humilde e pastor afectuoso tendo em vista a gloria de Deus e a salvação das almas
A concluir Bento XVI recordou que o governo do Bispo só será pastoralmente proveitoso «se gozar do apoio duma boa credibilidade moral, que deriva da sua santidade de vida. Tal credibilidade predisporá as mentes para acolherem o Evangelho anunciado por ele na sua Igreja e também as normas que ele estabelecer para o bem do povo de Deus» (Ibid., 43). E salientou:
“Por isso, plasmado interiormente pelo Espírito Santo, cada um de vós faça-se «tudo para todos» (cf. 1 Cor 9, 22), propondo a verdade da fé, celebrando os sacramentos da nossa santificação e testemunhando a caridade do Senhor. Acolhei de coração aberto quantos batem à vossa porta: aconselhai-os, confortai-os e apoiai-os no caminho de Deus, procurando guiar a todos para aquela unidade na fé e no amor da qual, por vontade do Senhor, deveis ser princípio e fundamento visível nas vossas dioceses” (cf. Const. dogm. Lumen gentium, 23).
(Fonte: site Radio Vaticana)
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