É a taxa mais alta de desemprego de que há memória em Portugal. São quase 600 mil os portugueses considerados desempregados pelo INE. 10,6% da população activa. Mais de metade dos quais sem emprego há mais de um ano.
Mas, há pior: sem preencher todos os critérios estatísticos, são 766 mil os que declaram estar desempregados. É este o número que nos dá a dimensão social da crise. No mesmo dia em que o INE divulgava estes dados, o Instituto do Emprego falava na redução de uma décima no número de inscritos nos centros de emprego e Sócrates não conseguiu resistir a comentar a notícia como sinal de que o desemprego começa “a abrandar”…
Não começa. Vai disparar ainda mais. Não há um único economista, da esquerda à direita, que não o considere uma das piores inevitabilidades dos próximos tempos.
Mais desemprego será a consequência de mais austeridade. Porque a anunciada não chega. Porque, mais cedo ou mais tarde, vai ser essencial anunciar as medidas que ainda faltam para acalmar os mercados. E quanto mais cedo melhor.
Ontem, o banqueiro Fernando Ulrich, num acto inédito entre banqueiros, dizia que “Portugal tem dificuldade em financiar-se e não sabemos quando deixará de ter”. E acrescentava que uma intervenção do FMI pode estar por semanas…
Aqui na Renascença, no Espaço Aberto de domingo, Eduardo Catroga, Silva Lopes e Ferreira do Amaral consideravam essa intervenção não só inevitável como desejável.
“Lamento mas o país tem de saber!”, explicava Ulrich. Mas Sócrates, na sua redoma, continua a não querer ouvir. E tarda em explicar-nos que a crise é enorme e vamos ter de mudar de vida.
Graça Franco
(Fonte: site Rádio Renascença)
Sem comentários:
Enviar um comentário