Duas semanas depois de anunciadas as novas medidas de austeridade tudo o que se sabe sobre elas sabe a pouco.
Ao aumento de impostos, de que se discute ainda a constitucionalidade, soma-se apenas uma mão cheia de medidas avulsas, em matéria de despesa, cujo impacto final, uma a uma, ninguém arrisca quantificar.
Para cortar 14 milhões de euros no bolo de 8,7 mil milhões do orçamento da saúde a ministra Ana Jorge anuncia um corte cego de 5% nas horas extraordinárias. Mas, o mesmo Governo que arrisca lançar o caos em algumas urgências e blocos hospitalares, para poupar 14 milhões, não abdica de gastar, mais do dobro, em promoções “ad hoc”, decididas pelos respectivos chefes de serviço, e destinadas a premiar o desempenho os funcionários públicos “excelentes”. Só porque faltou coragem para decidir: este ano haverá progressões e prémios zero!
Proíbem-se contratações, por concurso, de funcionários públicos. Mas, os gabinetes ministeriais, continuam a poder recrutar, fora da administração, mais pessoal.
O ministro das Obras públicas recusa-se a ficar sem pasta e insiste em não congelar os projectos embora saiba que não haverá dinheiro para os financiar.
No meio deste desnorte! O tempo, implacável, corre contra nós.
Graça Franco
(Fonte: site Rádio Renascença)
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