Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Evangelho de João, n°34 (a partir da trad. de Véricel, O Evangelho Comentado, p. 223)
A luz do mundo
As palavras do Senhor: «Eu sou a luz do mundo» são claramente, na minha opinião, para aqueles que têm olhos que lhes permitem tomar parte dessa luz; mas aqueles que só têm os olhos do corpo admiram-se de ouvir Nosso Senhor Jesus Cristo dizer: «Eu sou a luz do mundo». Talvez haja mesmo alguns que dizem para si próprios: Não será Cristo este sol que, ao nascer e ao pôr-se, determina o dia? [...] Não, Cristo não é esse sol. O Senhor não é o sol que foi criado, mas Aquele por Quem o sol foi criado. «Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência» (Jo 1, 3). Ele é, pois, a luz que criou esta luz que vemos. Amemos esta Luz, compreendamo-la, desejemo-la, para chegarmos um dia junto dela, conduzidos por ela, e para vivermos nela de forma a nunca mais morrermos. [...]
Vedes, portanto, meus irmãos, vedes, se tendes olhos que vêem as coisas da alma, que luz é esta da qual o Senhor declara: «Quem Me segue não anda nas trevas». Segui este sol e veremos se não caminhareis nas trevas; pois eis que ele se eleva e avança na vossa direcção e, seguindo o seu caminho se dirige-se para ocidente. Mas tu deves caminhar para o sol nascente, que é Cristo.
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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