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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Haiti pede ajuda. Organizações católicas já trabalham nas zonas afectadas (vídeo em espanhol)
A ajuda internacional começa a chegar ao Haiti. A prioridade é resgatar sobreviventes dos escombros e levar à população cuidados de saúde, água, comida, abrigo. Mas, na ilha transformada num imenso cemitério, a assistência é pouco visível.
Em Port-au-Prince vão aterrando aviões cheios de alimentos, medicamentos e de equipas para socorrer as vítimas do brutal sismo que, terça-feira, destroçou a ilha caribenha. É uma corrida contra o tempo que, para muitos milhares já está perdida.
As primeiras 36 horas a seguir a uma catástrofe são cruciais, lembra Olivier Bernard, presidente da organização francesa Médicos do Mundo. Depois, as esperanças de encontrar vivos ruem como as frágeis estruturas de uma das nações mais pobre do mundo.
No terreno, a situação continua caótica. Seja porque as necessidades assumem dimensões apocalípticas, seja porque ausência de meios de transporte e as estradas intransitáveis obstaculizam a chegada da ajuda a quem precisa.
À falta de operações de resgate organizadas, os haitianos não desistem de procurar os entes queridos entre os milhares de desaparecidos. Esforços desesperados de quem está ao relento há três dias, sem alimentos excepto os saqueados às lojas esventradas, a dormir ao lado de cadáveres, já em putrefacção, nas ruas pejadas de destruição. O cheiro é nauseabundo e as epidemias ameaçam agudizar, ainda mais, a emergência sanitária já instalada. Só junto ao hospital, amontoam-se mais de 1500 cadáveres, ao ar livre.
O pior sismo dos últimos 200 anos registado no Haiti matou dezenas de milhares de pessoas e afectou cerca de três milhões de habitantes, que perderam familiares, amigos, casa, emprego e quase tudo que lhes era valioso. Entre as vítimas, calcula-se que existam cerca de dois milhões de crianças e adolescentes, muitos feridos e órfãos, segundo a organização britânica Save the Children.
O número de funcionários das Nações Unidas que morreram no terramoto ascende a 36 e há 200 que continuam desaparecidos, de acordo com o porta-voz da ONU, David Wimhurst.
A Igreja Católica na Europa está a reagir ao sismo com preces, missas e apelos à entrega de donativos.
Neste Sábado, o Arcebispo de Paris, Card. André Vingt-Trois, presidirá a uma missa na Catedral de Notre-Dame. Segundo um comunicado da arquidiocese, a celebração estará “em comunhão com a Igreja no Haiti pelas vítimas do terramoto e por todas as pessoas que foram feridas ou afectadas pelo desastre”.
D. André Vingt-Trois, que preside à Conferência Episcopal Francesa, enviou uma mensagem ao seu congénere haitiano, em nome dos bispos franceses. A missiva assegura a “profunda solidariedade” dos prelados com as vítimas do abalo.
Na Irlanda, o Card. Sean Brady pediu para que sejam oferecidas orações pelos feridos, “para que eles tenham coragem de reconstruir as suas vidas”. Numa nota distribuída à imprensa, o prelado apelou à “solidariedade concreta” e lembrou que a Igreja Católica procurará dar resposta às necessidades mais imediatas da população”.
A Conferência Episcopal Albanesa manifestou igualmente a sua “profunda dor pela colossal tragédia que afectou o povo do Haiti”, numa altura em que o Norte da Albânia é atingido por inundações.
No próximo Domingo, as celebrações nas igrejas albanesas incluirão uma intenção pelos mortos e pelos sobreviventes.
O bispo da cidade belga de Liège, D. Aloys Jousten, considerou que o Haiti “viveu um dos dias mais negros da sua história”. Numa nota publicada no site da diocese, os bispos da Bélgica pedem donativos e orações “generosas”. Nas missas deste Domingo serão recolhidos fundos que reverterão para as vítimas.
(Fonte: site Radio Vaticana)
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