São João de Damasco (c. 675-749), monge, teólogo, Doutor da Igreja
Homilia para a Natividade da Virgem, 7, 10 (a partir da trad. SC 80, p. 63 rev.)
«Eis que faço novas todas as coisas» (Ap 21, 5)
Hoje, o Criador de todas os coisas, o Deus Verbo, compôs uma obra nova, retirada do coração do Pai para ser escrita, como que com uma rosa, pelo Espírito que é a língua de Deus. [...] Filha santíssima de Joaquim e de Ana, que escapaste aos olhares dos Principados e das Potestades e às setas inflamadas do Malvado (Col 1, 16; Ef 6, 16), tu viveste na câmara nupcial do Espírito, foste preservada intacta para seres Esposa de Deus e Mãe de Deus por natureza. [...] Filha amada de Deus, honra de teus pais, todas as gerações te chamam bem-aventurada, como tu própria afirmaste com verdade (Lc 1, 48). Digna filha de Deus, beleza da natureza humana, reabilitação de Eva, nossa primeira mãe! Pois pelo teu nascimento aquela que tinha caído é levantada. [...] Se, pela primeira Eva, «entrou a morte no mundo» (Rom 5, 12), porque ela se colocou ao serviço da serpente, em contrapartida, Maria enganou a serpente enganadora fazendo-se escrava da vontade divina, e assim introduziu a imortalidade no mundo.
Tu és mais preciosa do que toda a criação, porque de ti somente recebeu o Criador em herança as primícias da nossa humanidade. A Sua carne foi feita da tua carne, o Seu sangue do teu; Deus alimentou-Se com o teu leite, os teus lábios tocaram nos lábios de Deus. [...] Na presciência da tua dignidade, o Deus do universo amou-te; e, por te amar, predestinou-te e, nos últimos tempos (1Ped 1, 20), chamou-te à existência. [...]
Que Salomão, o sapiente, se cale; que Salomão não volte a dizer que «não há nada de novo debaixo do sol» (Ecl 1, 9).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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