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quarta-feira, 25 de novembro de 2009
A laicidade francesa permite à Igreja ter um lugar na sociedade
Até que ponto a Igreja e o Estado mantém laços? A recente controvérsia sobre os crucifixos nas escolas italianas trouxe a pergunta. Um debate no qual a França parece ter encontrado hoje – segundo Mons. Valdrini - uma forma de equilíbrio em torno do conceito de laicidade. Uma noção muito francesa, que historicamente se baseia em fontes por sua vez filosóficas, a Ilustração e a política, que insistem na independência do Estado da Igreja.
Durante o discurso na Basílica de Latrão em Dezembro de 2007, o Presidente Sarkozy quis precisar o significado de laicidade, acrescentando o adjectivo “positiva”. Uma mudança de vocabulário que reflecte melhor o que verdadeiramente é a laicidade na França.
Para Mons. Valdrini, se a laicidade, tal como é vivida em França, não pode ser um modelo para todos os outros países europeus, pode inspirar – por sua vez - positivamente as relações entre os Estados e a Igreja, para pacificar algumas relações às vezes complexas.
“A laicidade francesa define-se sobretudo pela neutralidade do Estado. O Estado é absolutamente livre em relação às religiões, o que historicamente é relativamente novo. Não existe religião de Estado na França, e por isso, aceita o pluralismo das religiões. Por outro lado, as religiões são absolutamente livres no Estado francês, mas devem respeitar a ordem pública”.
“Essa laicidade não-positiva, que era uma forma de laicidade vazia, que fazia com que as Igrejas pudessem viver, porém dentro de um país que não tinha outros registos de acção e explicação que o registo privado. É assim que de repente pensamos que essas podiam ter importância no debate social, com pontos de vista, por exemplo, na ética, moral e sobretudo aquilo que queremos”.
“Na Europa, a maioria dos países tem estatutos absolutamente diferentes. A laicidade é vivida como uma neutralidade do Estado, porém de modos muito diferentes. Ou seja, a partir da tradição, da história e da mesma identidade dos povos, como se vê na Itália no caso do crucifixo. Há uma espécie de protesto, eu diria de subida, de contestação que não aceita que se retirem os crucifixos das escolas ou dos tribunais. Enquanto na França é um problema que não se põe em absoluto. O que demonstra bem que cada país tem uma identidade que deve respeitar a laicidade”.
(Fonte: H2O News)
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