São Paciano de Barcelona (? – c. 390), bispo
Homilia sobre o baptismo, 6-7; PL 13, 1093 (a partir da trad. do breviário)
«Deus não é Deus de mortos, mas de vivos»
«Assim como trouxemos a imagem do homem da terra, assim também levaremos a imagem do homem celeste; [porque] o primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo vem do céu» (1Cor 15,49.47). Se assim agirmos, meus bem-amados, não morreremos no futuro. Mesmo que o nosso corpo se dissolva, viveremos em Cristo, conforme Ele afirma: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em Mim, mesmo que tenha morrido, viverá» (Jo 11, 25). Estamos certos, segundo o testemunho do próprio Senhor, de que Abraão, Isaac, Jacob e todos os santos estão vivos. Porque é acerca deles que o Senhor diz: «Deus não é Deus de mortos, mas de vivos; pois, para Ele, todos estão vivos» (Lc 20,38). E o apóstolo Paulo diz, falando de si próprio: «É que, para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro. [...] Tenho o desejo de partir e de estar com Cristo» (Fil 1, 21.23). Diz ainda: «Estamos sempre confiantes e conscientes de que, permanecendo neste corpo, vivemos exilados, longe do Senhor, pois caminhamos pela fé e não pela visão» (2Cor 5, 6-7). Eis aquilo em que acreditamos, irmãos bem-amados. Aliás, o apóstolo diz também: «E se nós temos esperança em Cristo apenas para esta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens» (1Cor 15,19).
A vida neste mundo, como vedes, é igual para os animais, as feras, os pássaros, e para nós próprios, e pode até ser mais longa para eles. Mas o que é próprio do homem, é o que Cristo nos deu pelo Seu Espírito, e que é a vida sem fim, sob condição de não voltarmos a pecar: «É que o salário do pecado é a morte; ao passo que o dom gratuito que vem de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, Senhor nosso» (Rom 6, 23).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
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