Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Episódios da vida do Santo Cura d'Ars

O Papa Bento XVI decretou que desde o dia 19 de Junho de 2009 até ao dia 19 de Junho de 2010 se vivesse na Igreja um Ano Sacerdotal, meditando no dom do sacerdócio e pedindo pela santidade dos sacerdotes e pelas vocações sacerdotais, por ocasião dos cento e cinquenta anos da morte do Santo Cura d’Ars (São João Maria Baptista Vianney, 1786-1859). Reproduziremos ao longo deste tempo alguns episódios da vida deste sacerdote santo que é modelo para sacerdotes e leigos. Assim poderemos ter-lhe maior devoção e pedir a sua intercessão para que em toda a Igreja se viva bem este ano.

João Maria nasceu em Dardilly, perto de Lyon, a 8 de Maio de 1786, à meia-noite, e foi baptizado nesse mesmo dia. Poucos anos depois explodiria a Revolução Francesa que colocou a Igreja na clandestinidade, alvo de uma violenta perseguição. Os seus pais eram camponeses piedosos, sendo João Maria o quarto de seis filhos.

A sua infância foi marcada por uma profunda piedade. A sua mãe sempre lhe pegava na mão para se benzer antes de lhe dar a papa. Quando tinha quinze meses, segundo conta a sua irmã Margarida, a mãe esqueceu-se e o pequenino não abria os lábios. Só quando ela o acompanhou a benzer-se é que consentiu que lhe entrasse a comida na boca (cf. Processo do Ordinário, 1011).
O próprio Cura d’Ars referiu, mais tarde, que amava Nossa Senhora, muito antes da idade da razão: «A Santíssima Virgem é o meu maior afecto; amava-A mesmo antes de A conhecer» (cf. Ib. 677).

Quando tinha 13 anos e o seu irmão Francisco 15, trabalhavam os dois no campo. Um dia tentou seguir o seu irmão em tudo o que ele fizesse e fazer igual, mas acabou o dia totalmente arruinado, exausto, sem poder mais. Então lembrou-se de invocar a Santíssima Virgem. Colocou uma pequena imagem sua perto dos campos onde trabalhava e procurou tê-la muito presente durante todo o tempo. Não só conseguiu igualar o trabalho do irmão como nem sequer se sentia fatigado no fim.

Apesar de muitos favores que Deus lhe concedeu desde pequeno, João Maria foi muito normal e nunca se considerou uma pessoa santa. Durante a sua vida circulavam biografias suas que ressaltavam o fantástico contra os seus reiterados protestos. Nunca se deixou retratar por humildade, e algum artista conseguiu «roubar-lhe» as feições, dissimulando-se entre a multidão que o escutava.

João Maria Vianney não teve uma vida fácil. Quando já se sentia chamado ao sacerdócio outro chamamento se sobrepôs: o exército, que necessitava de homens para as campanhas napoleónicas. Por uma série de peripécias, que seria demasiado longo narrar, acabou por ser dado por desertor. E viu-se forçado a procurar refúgio numa aldeia chamada Nöes.

Da sua permanência em Nöes (entre 1809 e 1811) ficou gravada na memória de todos os aldeões a sua grande mansidão, piedade, caridade e uma profunda estima. Aí se conta que, numa ocasião, no Verão de 1810, uns gendarmes que andavam à sua procura o tinham visto no campo e foram no seu encalço. João Maria refugiou-se num estábulo e escondeu-se sob um monte de feno. O calor e as ervas já em fermentação fizeram-no sofrer horrores e os gendarmes entraram e revolveram tudo. Com o sabre picaram no monte de feno. João Maria nada disse e formulou então o propósito de nunca mais se queixar na sua vida. Dizia ele que tinha cumprido esse propósito desde então.

Relacionado com a sua permanência em Nöes está outro episódio acontecido em 1850, quando já era pároco de Ars há muitos anos. Uma mulher que tinha chegado a Ars, junto com tantos peregrinos, parecia possessa: saltava, bailava e falava de um modo extravagante. E ia contando em voz alta os pecados de todos os que passavam por ela. Viu o Cura e disse-lhe que tinha roubado um cacho de uvas.

João Maria, de facto, tinha passado muita fome em Nöes quando fugia do exército e, num momento em que ainda não tinha encontrado uma casa que o recebesse, roubou um cacho de uvas.

O santo pároco respondeu à acusadora que tinha deixado lá, no sítio de onde retirara o cacho de uvas, uma moeda em pagamento. Mas a mulher disse-lhe que o dono não a tinha encontrado.


(retirado de TROCHU, F., El Cura de Ars, Palabra, Madrid, 1986)


(Fonte: Boletim Paroquial Nossa Senhora Porta do Céu em Lisboa, título da responsabilidade de JPR)

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