Por três vezes, o grupo SLN esteve para ser vendido. Só não o foi devido à oposição de quatro dos seus accionistas, disse ontem, na Comissão de Inquérito ao caso BPN, Oliveira e Costa, o único homem envolvido neste caso de polícia que até hoje está acusado e preso.Disse-o em tom de acusação para provar que não fora isso e “ninguém estaria ali…”.
Esta certeza de Oliveira e Costa é a mais angustiante das dúvidas para os contribuintes portugueses. Ninguém que tenha seguido os trabalhos da Comissão pode com certeza contradizê-lo. E isso não é apenas mau, é péssimo.
A simples hipótese de que todo o desvario de gestão, hoje comprovado pudesse simplesmente continuar a ser desconhecido dos supervisores e de todos nós é, por si só, um novo atestado de incompetência aos reguladores e mais um golpe na frágil confiança no sistema bancário e no próprio sistema de justiça nacional.
Não podemos continuar na dúvida. Quinze meses depois da saída do banco de Oliveira e Costa, seis meses depois da nacionalização do BPN, os portugueses têm o direito a saber que, pelo menos aqui, Oliveira e Costa não tem razão. Mais cedo ou mais tarde, as autoridades sempre lhe lançariam a rede que o levou à prisão. Acompanhado de todos os seus cúmplices. Porque não é mais crível que este tivesse sido um crime de um homem só.
Esperemos que amanhã o relatório a apresentar pela gestão pública do Banco não nos desiluda. E nos diga, não só quanto custará a factura da nacionalização, mas quem fez o quê e como se chegou ali. Seis meses é tempo mais do que suficiente para apurar a verdade!
Graça Franco
(Fonte: site RR)
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