Teve início nesta quarta-feira, na sede do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, a Reunião europeia da Pastoral do Turismo hoje, 40 anos depois do Directório "Peregrinans in terra". O encontro tem a finalidade de reunir os bispos promotores e os directores nacionais da Pastoral do Turismo na Europa para analisar – juntamente com alguns especialistas e representantes de outros continentes – a situação actual do turismo na Europa, e para estudar uma resposta pastoral da Igreja cada vez mais actualizada. Para dar maior força ao evento, fez-se coincidir o encontro com o dia 30 de Abril, data na qual se celebra o 40º aniversário do primeiro Directório sobre o tema, intitulado Peregrinans in terra, publicado em 1969. Esta ocasião é também aproveitada para apresentar uma publicação Conselho Pontifício relativo ao Magistério pontifício e aos documentos da Santa Sé sobre a Pastoral do Turismo (de 1952 até hoje), que será publicada em Disco Compacto. Neste encontro participam representantes de 21 países europeus, cerca de 40 pessoas que ampliarão e aprofundarão a análise, o estudo e a perspectiva do tema."
Quais são hoje, na Europa, os desafios que se apresentam á Igreja na Pastoral do Turismo?Responde o arcebispo Agostinho Marchetto secretário do conselho pontifício para a pastoral dos migrantes e itinerantes:
"A Igreja, com a sua específica pastoral neste sector, deve procurar estar cada vez mais presente pastoralmente, embora isso pareça uma coisa óbvia. Deve colaborar com as entidades civis para oferecer aos visitantes um acolhimento de qualidade, além de um acolhimento espiritual, estando mais atenta aos desdobramentos sociais e éticos e, ao mesmo tempo, respeitosa do ambiente. Deve ainda prestar uma maior atenção especialmente ao chamado turismo religioso, ou seja, voltado a destinos muito queridos pela tradição eclesial, como podem ser edifícios de culto, museus diocesanos, pinturas, objectos sagrados, e outros, a fim de que seja respeitado o sentido original do lugar e das coisas. Ademais, cabe a nós estudar como melhor formar e ajudar os nossos turistas cristãos a fim de que sempre e em todos os lugares se comportem coerentemente com a própria fé e respeitem as pessoas que encontram, as culturas e as religiões, sem perder a identidade cristã."
(Fonte: site Radio Vaticana)
Permito-me salientar haver uma diferença entre Turismo Religioso, que comporta todos os aspectos referidos na notícia, e Peregrinação, a qual deverá respeitar igualmente a cultura e a ecologia, mas que tem como principal motivação a concretização da fé em locais particulares, desde logo a Terra Santa, berço do cristianismo, além dos Santuários Marianos e outros próprios de devoções particulares, e.g., uma visita à Turquia, à semelhança da Terra Santa, com o objectivo de seguir os passos de Paulo, deverá ser considerada uma Peregrinação.
Embora a Peregrinação possa englobar partes de Turismo Religioso, uma Peregrinação a Fátima de um estrangeiro que chega de avião a Lisboa, pode e deve incluir visita aos locais históricos relacionados com a nossa cultura cristã, seja na cidade de Lisboa, como na Batalha, Alcobaça ou Tomar.
Para terminar, saliento poder-se dizer, que a Peregrinação, como sendo a forma mais antiga de fazer turismo, pois desde sempre os cristãos se deslocaram a locais de culto específicos para aí se entregarem em devoção.
(JPR)
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