São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia na Capadócia, Doutor da Igreja
«A fim de que todo o homem que crê obtenha por Ele a vida eterna»
A figura é uma forma de expor, por imitação, as coisas que esperamos. Por exemplo, Adão é a prefiguração do Adão que iria chegar (1Cor 15, 45) e o rochedo [no deserto, durante o Êxodo] é figurativamente Cristo; a água que corre do rochedo é a figura do poder vivificante do Verbo (Ex 17, 6; 1Cor 10, 4), porque Ele disse: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba» (Jo 7, 37). O maná é a prefiguração do «pão vivo que desceu do céu» (Jo 6, 51); e a serpente colocada sobre um poste é a figura da Paixão, da nossa salvação consumada na cruz, pois os que olhavam para ela eram salvos (Nm 21, 9). Do mesmo modo, aquilo que as Escrituras dizem dos Israelitas que saíram do Egipto foi narrado como uma prefiguração dos que são salvos através do baptismo; pois os primogénitos dos israelitas foram salvos [...] pela graça concedida aos que tinham sido marcados com o sangue do cordeiro pascal e esse sangue prefigurava o sangue de Cristo. [...]
Quanto ao mar e à nuvem (Ex 14), nessa época conduziam à fé pela admiração; mas para o futuro, figuravam a graça que estava para chegar. «Quem for sábio compreenderá as coisas!» (Sl 106,43) Compreenderá que o mar, prefigurando o baptismo, os separava do Faraó como o baptismo nos faz escapar à tirania do demónio. Outrora o mar sufocou em si o inimigo; hoje morre a inimizade que nos separava de Deus. Do mar, o povo saiu são e salvo; e nós saímos das águas como que revivendo de entre os mortos, salvos pela graça d'Aquele que nos chamou. Quanto à nuvem, ela era a sombra do dom do Espírito, que nos refresca os membros ao apagar a chama das paixões.
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