Obrigado, Perdão Ajuda-me

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As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Bento XVI na recepção à Pontifícia Comissão Bíblica, sobre "inspiração e verdade da Bíblia"

Recebendo ao meio dia os participantes na assembleia anual da Pontifícia Comissão Bíblica, Bento XVI pronunciou um circunstanciado discurso sobre o tema – “muito importante” - desta plenária: “a inspiração e a verdade da Bíblia”.

“Trata-se de um tema que diz respeito não apenas ao crente, mas à própria Igreja, pois a vida e a missão da Igreja fundamentam-se necessariamente na Palavra de Deus, alma da teologia e ao mesmo tempo inspiradora de toda a existência cristã.

O tema que enfrentastes responde, aliás, a uma preocupação que tenho muito particularmente a peito, e isso porque a interpretação da Sagrada Escritura é de importância capital para a fé cristã e para a vida da Igreja”.

Bento XVI recordou os contributos que sobre o tema da “inspiração, verdade e hermenêutica bíblica” deram a seu tempo os Papas Leão XIII e Pio XII, respectivamente com as Encíclicas “Providentissimus Deus” e “Divino afflante Spiritu”. “O forte impulso destes dois Pontífices aos estudos bíblicos encontrou plena confirmação no Concílio Vaticano II”, com a Constituição “Dei Verbum”, que - sublinhou Bento XVI – “ainda hoje ilumina a actividade dos exegetas católicos e convida Pastores e fiéis a alimentarem-se mais assiduamente à mesa da Palavra de Deus”.

Citando abundantemente a Constituição “Dei verbum”, Bento XVI fez notar que o Concílio afirmou, antes de mais que é Deus o autor da Sagrada Escritura, pelo que se deve reconhecer que “os livros da Escritura ensinam firmemente, fielmente e sem erro a verdade que Deus, para nossa salvação, quis que fosse consignada nas sagradas Letras”. Mas por outro lado, logo acrescentou o Papa, “na Sagrada Escritura Deus fala ao homem à maneira humana”. Assim, para uma recta interpretação da Escritura, há que procurar com atenção o que é que os autores sagrados quiseram verdadeiramente afirmar e o que é que aprouve a Deus manifestar com as palavras deles. A Sagrada Escritura, como afirma o Vaticano II, deve “ser lida e interpretada com a ajuda do mesmo Espírito mediante o qual foi escrita”.

Três os “critérios sempre válidos” fornecidos pelo Concílio “para uma interpretação da Sagrada Escritura conforme ao Espírito que a inspirou – recordou Bento XVI: - antes de mais, “prestar grande atenção ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura”; depois, “ler a Sagrada Escritura no contexto da tradição viva de toda a Igreja”; finalmente, atender à chamada “analogia da fé”, ou seja, “a coesão de cada uma das verdades da fé, entre si, e com o plano global da Revelação e a plenitude da economia divina nela contida”.

“A tarefa dos investigadores que estudam com diversos métodos a Sagrada Escritura – sublinhou depois o Papa – è contribuírem, segundo esses princípios, para uma mais profunda inteligência e exposição do sentido da Sagrada Escritura”.

“Nas basta o estudo científico dos textos sagrados. Para respeitar a coerência da fé da Igreja, o exegeta católico deve estar atento a captar a Palavra de Deus nesses textos, no interior da própria fé da Igreja.”

“Se faltar este imprescindível ponto de referência (insistiu o Papa), fica incompleta a investigação exegética, perdendo de vista a sua finalidade principal, com o perigo de se tornar mesmo numa espécie de exercício intelectual”.

“A interpretação das Sagradas Escrituras não pode ser apenas um esforço científico individual, mas deve ser sempre confrontada, inserida e autenticada com a tradição viva da Igreja. Esta norma é decisiva para especificar a correcta relação recíproca entre a exegese e o Magistério da Igreja. O exegeta católico não alimenta a ilusão individualista de (pensar) que fora da comunidade dos crentes se possa compreender melhor os textos bíblicos”.

Na verdade, “os textos inspirados por Deus foram confiados à comunidade dos crentes, à Igreja de Cristo, para alimentar a fé e guiar a vida de caridade. O respeito desta finalidade condiciona a validade e eficácia da hermenêutica bíblica”.

“Ser fiel à Igreja significa colocar-se na corrente da grande Tradição que, sob a guia do Magistério, reconheceu os escritos canónicos como palavra dirigida por Deus ao seu povo e nunca cessou de os meditar e de descobrir neles as suas inexauríveis riquezas. O Concílio Vaticano II reafirmou-se com grande clareza: Tudo o que diz respeito ao modo de interpretar a Escritura está sujeito, em última instância, ao juízo da Igreja, que tem o mandato divino e o ministério de conservar e interpretar a Palavra de Deus”.


(Fonte: site Radio Vaticana)

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