3. A justiça do Reino
44. A justiça que Jesus Cristo nos convida a procurar é antes de mais a do Reino (cf. Mt 6,33). Esta justiça é aquela que ilustra José, chamado «o justo» (Mt 1,19), porque escutou a sua consciência habitada pela Palavra de Deus, e ofereceu a Maria, sua esposa e ao menino em seu seio, o que lhes era devido: a protecção da vida. Esta justiça maior do Reino ultrapassa a da Lei; ela também é virtude. Não nega a justiça humana, mas integra-a e transcende-a. É por isso que ela se torna uma via que conduz ao perdão, à reconciliação verdadeira e que restaura a comunhão.
45. A Igreja Família habitada por Cristo, Palavra do Pai, sente-se interpelada a servir a justiça do Reino. Deve, ante de mais, viver a justiça no seu seio, nos seus membros, para que os nossos irmãos e irmãs em África vejam o caminho árduo da redenção e por ele enveredem. Com efeito, a cada pessoa é devido, em justiça, o respeito pela sua dignidade de filho ou filha de Deus. Ora, no cenário do continente Africano, «os homens […] mantêm a verdade prisioneira da injustiça» (Rom 1,18). É preciso libertá-la. E «em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus» (Rom 3,24), como discípulos de Cristo ao serviço da justiça, «nós também devemos dar a nossa vida pelos irmãos» e irmãs (1 Jo 3, 16). Assim, nossa terra viverá, também ela, pacificada: «a paz é o fruto da justiça (cf. Is 32, 17)».
INSTRUMENTUM LABORIS III, 1, 44-45
(Fonte: site da Santa Sé)
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