Pela primeira vez neste blogue permito-me pronunciar sobre actualidade política portuguesa, mas sinto-me ética e moralmente impelido a fazê-lo, dadas as fortíssimas implicações sociais da actual crise económico-financeira, ainda que o meu raciocínio possa ser acusado de um relativo grau de subjectividade.
Ontem o povo português foi informado pela primeira vez pelo poder político que “Tudo aponta para um cenário cada vez mais provável de recessão”, realidade há muito conhecida e sentida por todos nós; hoje o Banco de Portugal, instituição na qual, pessoalmente, não tenho o mínimo de confiança, pela voz do seu Governador, anunciou uma estimativa de recessão da economia em 2009 de 0,8% quando as projecções anteriores da mesma instituição apontavam para um crescimento PIB de 1,3%.
Ora como é sabido, as estimativas / previsões macroeconómicas do Banco de Portugal nos últimos anos são sempre desmentidas pela realidade e têm funcionado permanentemente em favor de um determinado quadrante político, pelo que o meu ALERTA no fundo pode conter numa das vertentes uma certa dose de optimismo, ou seja, em início ano eleitoral convém “pintar” um quadro negativo, para o poder político poder reivindicar o seu reforço em eleições por se encontrar em situação de excelência para “resolver” os problemas do país, como aliás já ontem foi feito; numa segunda fase, alguns políticos poderão então insistir na mesma tecla, caso haja uma deterioração da situação, ou mesmo vangloriar-se caso haja uma melhoria relativa às referidas estimativas / previsões, isto a confirmar-se a referida hipótese optimista.
Todos sabemos, que as variáveis macroeconómicas estão constantemente em mutação e que a nossa dependência do que se passa nas outras economias é muito grande, mas também sabemos quem nos tem andado a tomar como “adormecidos”, para não usar uma expressão mais forte, pelo que convém estarmos atentos e bem acordados.
Uma última nota de cariz político, pois não tenho qualquer intenção em alterar a linha de rumo do blogue “Spe Deus” e de voltar a pronunciar-me nos próximos tempos sobre temas políticos, esta refere-se a uma nova alternativa, de alguém que é uma defensora da vida, para as eleições ao Parlamento Europeu, refiro-me concretamente à jornalista Laurinda Alves, que anunciou a sua candidatura por um Movimento recentemente criado, vale a pena analisar e valorizar quando chegar a hora de ir votar lá para Junho.
(JPR)
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