Obrigado, Perdão Ajuda-me
domingo, 26 de outubro de 2008
Bento XVI – na Santa Missa de encerramento do Sínodo
O Santo Padre deslocar-se-á à África no próximo mês de Março, participando em Angola nas celebrações dos 500 anos da evangelização do país. O anúncio foi dado pelo próprio Bento XVI, no final da homilia da Missa celebrada neste domingo de manhã, na basílica de São Pedro, na conclusão da assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus na vida e missão da Igreja. O Papa explicou que a sua viagem pastoral terá como primeira meta a República dos Camarões, para entregar aos representantes das Conferências Episcopais da África o “Instrumentum laboris” (documento preparatório) da Assembleia especial do Sínodo para a África, que terá lugar em Roma, em Outubro de 2009.
Na homilia, o Pontífice, comentando as leituras do dia, sublinhou “o elo existente entre a escuta amorosa de Deus e o serviço desinteressado aos irmãos”. Bento XVI fez notar que as experiências e reflexões partilhadas no Sínodo das últimas três semanas “põem em destaque que hoje em dia emerge a necessidade de uma escuta mais íntima de Deus, de um conhecimento mais autêntico da sua palavra de salvação; de uma partilha mais sincera da fé, que se alimenta constantemente da mesa da palavra divina”.
Nas saudações a todos e cada um dos participantes no Sínodo, o Santo Padre referiu muito especialmente os Bispos chineses, impedidos de se deslocar a Roma nesta ocasião:
“Dirijo um pensamento especial aos Bispos da China continental, que não puderam estar representados nesta assembleia sinodal. Desejo fazer-me aqui intérprete – e disso dar graças a Deus – do seu amor por Cristo, da sua comunhão com a Igreja universal e da sua fidelidade ao Sucessor do Apóstolo Pedro”.
“Eles estão presentes na nossa oração, juntamente com todos os fiéis que estão confiados aos seus cuidados pastorais” – assegurou Bento XVI.
“Peçamos ao Pastor supremo do rebanho que lhes dê alegria, força e zelo apostólico para guiarem com sapiência e abertura de espírito a comunidade católica na China, a nós tão querida”.
O Papa mencionou “a renovada consciência” que agora levam consigo todos os que participaram nos trabalhos sinodais:
“É tarefa prioritária da Igreja, no início deste novo milénio, nutrir-se antes de mais da Palavra de Deus, para tornar eficaz o empenho da nova evangelização. Há que levar agora a todas as comunidades esta experiência eclesial: é importante que se compreenda a necessidade de traduzir em gestos de amor a palavra escutada, porque só assim se torna credível o anúncio do Evangelho”.
E isso não obstante as fragilidades humanas das pessoas – observou ainda o Papa. “O que se requer em primeiro lugar é um conhecimento mais íntimo de Cristo e uma escuta cada vez mais dócil da sua palavra”.
Aludindo ao Ano Paulino, Bento XVI evocou um “critério indispensável de verificação da missão da Igreja”: “dar testemunho claro e partilhado de uma vida segundo a Palavra de Deus, atestada por Jesus”.
“Quem julga ter compreendido as Escrituras, ou ao menos uma parte delas, sem se empenhar em construir, mediante a inteligência das mesmas, o duplo amor de Deus e do próximo, na realidade mostra encontrar-se ainda longe de ter captado o seu sentido profundo”.
Comentando a afirmação do Concílio Vaticano II, sobre a necessidade de os fiéis terem “amplo acesso à Sagrada Escritura” (DV 22), Bento XVI observou que “se trata de um requisito hoje em dia indispensável para a evangelização”, que requer uma especial preparação dos pastores e dos leigos.
“Dado que muitas vezes o encontro com a Escritura corre o risco de não ser um facto de Igreja, ficando antes exposto ao subjectivismo e à arbitrariedade, torna-se indispensável uma forte e credível promoção pastoral do conhecimento da Sagrada Escritura, para anunciar, celebrar e viver a Palavra na comunidade cristã, dialogando com as culturas do nosso tempo, colocando-se ao serviço da verdade e não das ideologias correntes e incrementando o diálogo que Deus quer ter com todos os homens”.
Finalmente, uma referência à liturgia como “lugar privilegiado em que ressoa a Palavra de Deus, que edifica a Igreja”. É na liturgia que se torna manifesto o facto de a Bíblia ser “o livro de um povo e para um povo; uma herança, um testamento entregue aos leitores para que actualizem na sua vida a história da salvação testemunhada no texto escrito”.
“Há portanto uma relação de recíproca pertença vital entre povo e Livro. A Bíblia permanece um Livro vivo com o povo que o lê. O povo não subsiste sem o Livro, porque nele encontra a sua razão de ser, a sua vocação, a sua identidade.”
“Esta mútua pertença entre povo e Sagrada Escritura celebra-se em cada assembleia litúrgica, a qual, graças ao Espírito Santo, escuta Cristo, porque é Ele que fala quando na Igreja se lê a Escritura e se acolhe a aliança que Deus renova com o seu povo”. “Escritura e liturgia convergem, portanto, no único fim de levar o povo ao diálogo com o Senhor. A Palavra saída da boca de Deus e testemunhada nas Escrituras volta a ele em forma de resposta orante do povo”.
Foi na conclusão da homilia, que o Papa, confiando à intercessão de Maria a II Assembleia especial do Sínodo para a África, anunciou a sua viagem a este continente:
“É minha intenção deslocar-me em Março próximo aos Camarões, para entregar aos representantes das Conferências Episcopais da África o Instrumentum laboris de tal Assembleia sinodal.Dali prosseguirei, se Deus quiser, para Angola, para celebrar solenemente o quinto centenário da evangelização do país”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário